Mais uma minha Passagem para a Índia, na Atlântico deste mês (nº24), nas bancas esta semana. Essencialmente, sobre a medíocre cobertura que a imprensa portuguesa fez da excelente visita presidencial a este país. Aqui segue um suculento excerto:
"Tentar perceber um país com mil milhões de habitantes, 28 estados e 23 línguas oficias em poucas horas, talvez com a leitura apressada de um guia turístico no avião, obriga à escolha da via fácil que é a da rendição perante os clichés e paradigmas que continuam a dominar o imaginário português da Índia. Em vez de inovarem e refrescarem imagens, os jornalistas limitam-se assim a perpetuá-las e a cristalizá-las, mantendo o público refém de repetidas coberturas superficiais e vesgas. (...) há o inescapável paradigma dos contrastes. A Índia da diversidade das cores, dos cheiros, das religiões e das disparidades. Confrontado com o desconhecido, aflito por se saber incapaz de aprofundamento sem a devida preparação e dedicação, o jornalismo português refugia-se no facilitismo relativista. Os contrastes indianos são a chapa ideal, servindo de linha de fundo a tudo, sem excepção."
Sem comentários:
Enviar um comentário