No último dia de palestras no Indian Institute of Managment, Bangalore (IIMB), os quarenta e tal estudantes de MBA da AESE (Escola de Direcção e Negócios, Lisboa) de visita à Índia, levaram com uma terapia de choque inédita e extremamente valiosa. Recebidos com imensa hospitalidade e profissionalismo numa das instituições de educação de elite, guiados pela cidade que é conhecida como o "Silicon Valley indiano", mimados com palavras bonitas e afirmações moderadas, de repente, do nada, emergiu uma opinião que - já suspeitava eu - está bem enraizada na psique indiana.
Um dos MBAs pergunta a um dos professores quais seriam, na opinião dele, as medidas mais adequadas para as empresas portuguesas e europeias responderem à ofensiva da internacionalização das empresas indianas e à fuga de empregos para a Índia. Responde o académico, num perfeito inglês e sem margem para dúvidas:
"We have absolutely no sympathy for you, because you have been doing this to us for 300 years. We are playing by the exact same rules you taught us and imposed on us".
Se os estudantes e jovens profissionais portugueses tiraram uma única lição da sua vinda à Índia, é esta: há muita confiança e bastante rancor.
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