sábado, 23 de setembro de 2006

Clássico

É clássico: há um golpe de estado militar na Tailândia e a imprensa portuguesa vai a reboque (de quem, ninguém sabe ao certo) e dá-lhe ampla cobertura. A questão não é a importância dos acontecimentos da semana passada em Bangequoque. A questão diz respeito aos critérios de selecção adoptados. Sempre o disse: é assombroso observar os critérios (ou melhor, a ausência deles) jornalísticos da comunicação social portuguesa em termos de política internacional.

Golpes de estado em repúblicas fantoche sul-americanas ou em autênticas zonas negras africanas (lembro-me da República Centro-Africana) são apresentados com grande alarido e desproporção. Entretanto, outras temáticas, muito mais relevantes e essenciais para a políticia internacional e porventura para Portugal, permanecem marginalizadas e, por consequência, na periferia do imaginário político, cultural e económico da sociedade. É óbvio que integro a Índia nesta última categoria, havendo, no entanto, dezenas de outros exemplos. Não é só clássico. É, simplesmente, assustador.

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