O 11 de Setembro assemelhou-se a um sismo à escala global com epicentro em Nova Iorque e réplicas nos quatro cantos do mundo.
(...) Em 2006, foi a vez da Índia. A 11 de Julho passado, 1.200 pessoas morreram ou ficaram feridas nos atentados de Bombaim. Num país com grande diversidade étnica e religiosa - a sua Constituição reconhece 23 línguas oficiais -, com a segunda maior população muçulmana do mundo e com vários movimentos separatistas, a violência sempre fez parte do quotidiano dos indianos, mas nunca com a dimensão de há dois meses. Desde então, o país de Mahatma Gandhi vive em clima de alerta constante. A 15 de Agosto, feriado comemorativo da independência, o primeiro-ministro discursou em Nova Deli rodeado por atiradores e baterias antiaéreas e sobrevoado por helicópteros militares. Na recém-inaugurada rede de metro da capital, os produtos líquidos têm de ficar à superfície. E edifícios como o Parlamento ou o mítico Taj Mahal estão mais seguros do que nunca, rodeados por centenas de polícias e paramilitares. Bangalore, o «Silicon Valley indiano», onde operam várias multinacionais norte-americanas, vive em autêntico estado de sítio. E em milhares de cibercafés indianos, os utilizadores são obrigados a preencher um formulário com dados pessoais. (...)
Extracto da minha autoria, retirado do artigo maior "Como o medo mudou o mundo" publicado na edição de 9 de Setembro do Expresso, na revista Única.
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