sábado, 29 de dezembro de 2007
Desestabilizadores
India currently produces approximately 2.45 million graduates every year out of which 200,000 are engineers, 73,000 IT professionals, 117,000 medical doctors and 40,000 MBAs.
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Cruzamento
Pede-me vinte. Entrego trinta, já está o sinal verde e os motores arrancam. Oiço ainda um grito sufocado. Uma exclamação. Um insulto ou apelo? Olho e percebo, tarde de mais. Tenho não um, mas dois barretes natalícios.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Comendo em Deli: Lodhi Garden Restaurant
O melhor é mesmo o verdejante jardim com iluminação romântica e pequenas tendas (infelizmente só para dois - grupos maiores têm que comer no interior, ou no apertado terraço do primeiro andar). Programação musical do melhor, com djs convidados e lounge music todas as noites, para além de ocasionais concertos ao vivo (recentemente, os Olive Tree, de Portugal). Atenção aos mosquitos. E à polícia, que aparece quando a música se prolonga pela noite e os vizinhos milionários se queixam.
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quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Carteiro
"Christmas", diz-me, sorridente. Silêncio. Repete. Percebo. Entrego-lhe uma nota de 50 Rupias: "Happy New Year". E vou continuar a receber o correio.
Natal em Deli
A habitual arrumação geral, juntando roupa velha e tralha diversa acumulada ao longo de um ano. Começo a travar e já estão uns dez miúdos à nossa volta, agarrando os sacos, batendo-nos na mão. Duas meninas, uma de bebé ao colo, envolvem-se numa luta. Arranco e páro um pouco mais à frente, para observar. Um dos miúdos retira uma luva e sorri, mas já se aproxima um maior. Arranco.
Decoração natalícia. Estrela iluminada, no meio da escadaria (mais giro), ou por cima da porta de entrada (menos ofensivo)? Os tempos são nacionalistas, optamos pela moderação e rejeitamos algo potencialmente provocador para os vizinhos. No interior, árvore de natal. Artificial, é claro. E sem presépio.
Tradição, religiosa? Missa na Sacred Heart Cathedral, ali logo ao lado da Gurudwara Bangla Sahib. Desta vez matinal, mesmo assim outra vez na tenda pouco atmosférica. Muitos brancos, visivelmente horrorizados: as sagradas vozes do coro são acompanhado por batidas e sons psicadélicos trance e pop do synthesizer, enquanto que as pessoas entram e saem e atendem o telemóvel, em clima de feira. Pseudo-beijinho no muito cuspido joelho do menino Jesus.
Almoço na sala: dois portugueses, uma indiana do Dubai, uma tailandesa, um caxemire , uma americana , um goês, um nigeriano e um japonês. Bacalhau, seguido de thai green curry. Depois, troca de presentes (no valor máximo de 2 Euros), acompanhada de bolos, doces e de um delicioso Vinho do Porto.
domingo, 23 de dezembro de 2007
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Índia registada
Dr. B.R. Ambedkar, Chairman, Drafting Committee, em defesa do artigo 84(c) da Constituição Indiana, algures em finais da década de quarenta do século passado. Vinda de quem vem, o insuspeito defensor da igualdade democrática e dos intocáveis dálitas (que acusava Gandhi de condescendência e paternalismo), é uma afirmação demonstrativa do profundo sentido de missão que guiava a elite política indiana pré- e pós-Independência. A política era (e é ainda, em grande medida) reservada aos iluminados, ou seja, formados em colégios e universidades britânicas e/ou latifundiários e industrialistas.
Tal como os orientalistas do século XIX, estes favorecidos "descobriram" a Índia. Literalmente, no caso de Nehru. Ou melhor, descobriram uma certa Índia, espelho das suas ansiedades identitárias e reflexo da sua mundivivência ocidentalizada. Daí resultou uma Índia particular, a Índia de hoje, tal como a conhecemos e reconhecemos, acidente da História. A Índia como ideia, mas também (mais e mais) nação. E as ideias, tal como as invenções e descobertas, são normalmente registadas.
sábado, 22 de dezembro de 2007
Desestabilizadores
Goan Diaspora, the Home and the Host
Seminar evaluates role and importance of Goan Diaspora
The relations of the Goan Diaspora to its respective host countries, as well as to homeland Goa were the focus of attention of scholars, policy-makers, Goans residing in the capital city and other interested in the day-long seminar organised by the local Goan association “Goenkarancho Ekvot”, last weekend, at the India International Centre, New Delhi.
The morning session addressed the “Place of the Goan Diaspora in the making of Contemporary Goa”. While Julio Ribeiro, former ex-Commissioner for Police, resuscitated memories of past Goan life in Mumbai and the importance of the “kuds” as social and political meeting points, reputed architect and writer Pramod Kale discussed how Gulf Goans are represented in “tiatr”. D H Panandiker, former Secretary General of FICCI, made a detailed presentation on the role remittances from the Diaspora play in the economic development of
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
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Desestabilizadores
Desestabilizadores
A Time Out Mumbai foi lançada em 2004.
A Time Out Delhi existe há quase um ano.
A Time Out Lisboa foi lançada este mês.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
UE/Índia: Europa promove abertura e multiculturalidade na Índia - investigador (RTP/Lusa)
Presidência UE
Lisboa, 29 Nov (Lusa) - A Comissão Europeia tem feito um grande esforço de promoção na Índia de uma Europa unida e multicultural, afirmou à agência Lusa o investigador português Constantino Xavier, a viver em Nova Deli.
Nas vésperas da cimeira UE-Índia, em Nova Deli, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, este investigador, especializado em relações internacionais entre Europa e Índia, sublinhou a "forte promoção" de uma mensagem de Europa unida por parte da Comissão Europeia naquela república."Os indianos têm uma grande dificuldade em compreender a ideia do que é a União Europeia, se é um continente, uma organização, e vêem uma Europa fechada, conservadora, rica e velha", referiu Constantino Xavier.
No entanto, as instâncias europeias tentam mostrar o que é a Europa ao nível dos direitos humanos, da democracia, da excelência tecnológica, de que é "uma Europa aberta", referiu.
A nível institucional, as relações culturais passam pelo trabalho da delegação da Comissão Europeia na Índia e pelos diferentes institutos de promoção de cultura no país, como o Instituto Camões, o Goethe Institute ou o British Council.
Por seu turno, relata Constantino Xavier, as autoridades indianas têm programas de cooperação com a Europa ao nível cultural e educacional, com a atribuição de bolsas de estudo a estudantes indianos em países europeus.
"Apesar das barreiras que existem entre ambos, há uma nova geração cá que se revê na Europa, no seu ambiente cosmopolita", comentou o investigador, actualmente a terminar o mestrado em Nova Deli.
"Ambos têm em comum a diversidade cultural. Não nos podemos esquecer de que na Índia há 30 línguas oficiais e centenas de dialectos e a União Europeia têm 27 países com a sua própria existência cultural", recorda Constantino Xavier.
"Os indianos acham que chegou a vez da Índia, mas perceberam que, no caso da Europa, ainda não têm representações oficiais em questões importantes como as questões climáticas ou culturais", opinou o estudioso.
A antecipar a cimeira UE-Índia, a reunião dos chefes de Estado e de Governo agendada para dia 30 em Nova Deli, esta cidade acolhe uma semana cultural europeia que incluirá, entre outros eventos, uma exposição sobre o arquitecto Álvaro Siza Vieira que o primeiro-ministro José Sócrates inaugurará.
SS.
Lusa/Fim
Cenouras para a Birmânia (Atlântico)
Constantino Xavier em Nova Deli
CENOURAS PARA A BIRMÂNIA
(...) Mas o consenso indiano é forte: a Birmânia tem que regressar à esfera de influência de Nova Deli, setenta anos depois de se ter separado da Índia Britânica. O desacordo reside, no entanto, na melhor forma de realizar esta ambição.
Os chamados falcons têm assumido uma linha extremamente pragmática, dominante nos últimos anos e assente na cooperação militar. Por outro lado, há um embrionário lóbi que defende a cooperação e integração regional transfronteiriça, não só entre os sete estados do Nordeste indiano e as quatro províncias do Norte da Birmânia (Rakhine, Chin, Sagaing e Kachin), mas também com as províncias fronteiras chinesas do Tibete e do Yunnan e com o Bangladexe.
Estes regionalistas, de inspiração funcionalista e liberal, e da confiança de Manmohan Singh, já têm testado as suas teorias na prática. Estão, por exemplo, por trás das iniciativas da Baía de Bengala (BIMSTEC), de Kunming e do Mekong-Ganga, todas vocacionadas para expandir o soft power económico indiano para a Ásia do Sudeste e para amarrar a China institucionalmente em fóruns multilaterais. Pelo meio, querem também reabrir a histórica Stilwell Road (Índia-Birmânia-China) construída, em 1942, por 15 mil americanos, para placar o avanço japonês.
Não há dúvida que esta segunda vertente da diplomacia indiana para a Birmânia também tem compactuado pontualmente com os generais de Naypyidaw. Mas não deixa de ser uma alternativa credível e construtiva, contrastando com os limitados interesses de segurança chineses (...)
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Sons de Deli: Kya Soorat Hai
Cartas prá Metrópole
Cartas prá Metrópole, Jan/Fev 2006
9 de Janeiro
De: Delhi
Para: Lisboa
- Javardice generalizada STOP
- A saida do aeroporto parece o fim da feira de carcavelos STOP
- Os gajos olham para nos como se fossemos aliens STOP
- E riem-se a toda a hora STOP
- Os homens tem torneirinhas e baldes para lavar o pirilau. As mulheres se nao tiverem de pagar o papel higienico estao cheias de sorte STOP
- A barulheira e a qualquer hora. Buzinar e palavra de ordem STOP
- A confusao de cheiros e imensa. Nem bons nem maus antes pelo contrario STOP
- O transito e alucinante. Admira-me como nao se espetam todos uns nos outros a toda a hora. Nao da para acreditar nas razias dos Tuk Tuk (riquechos a motor) uns aos outros com tudo e todos (incluindo cabras, caes, vacas, camelos, motas, bicicletas...) a atravessarem-se no caminho STOP
- Feia e suja STOP
- Da ideia que os edificios se vao desmoronar ao primeiro sopro STOP
- Uma fumarada do cacete constantemente no ar STOP
- Poluicao e pouco para descrever a poeirada que entra por todos os poros e mais alguns, inclusive pelos olhos STOP
- A pobreza nao me passa ao lado. Muito menos os muidos a pedir e as pessoas que vivem sentadas na rua. STOP
- Os olhos das pessoas sao irresistiveis STOP
- Esta merda nao tem acentos nenhuns STOP
Mais
Leituras de Deli: Loucos pela Índia (Régis Airault)
Autor: Régis Airault
Editora: Via Óptima
De Mumbai a Goa, de Delhi a Pondichéry, um verdadeiro síndroma indiano atinge todos os Ocidentais - na sua maior parte adolescentes e jovens adultos - que vão a este país. Aí, mais do que em qualquer outro lugar e de uma forma mais espectacular, parece que a nossa identidade vacila. Pessoas até então indemnes a qualquer desordem psiquiátrica sentem subitamente, sem tomar drogas, um sentimento de estranheza e perdem o contacto com a realidade.
O que é que nos atrai na Índia? Porque é que lá somos tão frágeis? E o que nos ensina sobre nós mesmos esta experiência, que transforma em profundidade a nossa visão do mundo?
Indira Gandhi International Airport
Os estrangeiros de Deli costumam queixar-se de tudo. A habitação é de péssima qualidade e é demasiado cara, o clima é inaceitável e o trânsito diabólico etc. e tal. Entre estas diversas queixas subsiste a de que o aeroporto da cidade é "o pior do mundo".
Se as demais críticas são muitas vezes exageradas, esta sobre o aeroporto com nome de Primeira-Ministra é extremamente justa. Tendo em conta que esta é a capital de um país que se quer grande potência, bem como outros critérios como o facto de ser uma das maiores metrópoles do mundo (15 milhões de habitantes), uma das economias em maior crescimento (entre 7 e 9%), ter a maior comunidade diplomática do mundo, e ser actualmente das capitais mundiais mais visitadas por chefes de estado e outros altos representantes governamentais - tendo em conta tudo isto - o aeorporto é de facto chocante. Isto é, em termos relativos, este é certamente o pior aeroporto do mundo.
Sem as mínimas condições e infra-estruturas, oferece certamente condições piores do que... não encontro compraração em qualquer espaço geográfico ou temporal. Nem o nosso Aeroporto da Portela, há dez ou vinte anos atrás. O acesso faz-se por uma via rápida esburacada e poeirenta (conversão em lama, durante as chuvas) e obrigatoriamente por um imenso trânsito de centenas de veículos que procuram passar pelo controle de segurança militar. Depois, a entrada no terminal é feita de forma caótica (só os passageiros estão autorizados a entrar). O check-in, a imigração, o security-check e o embarque fazem-se todos, sucessivamente, ao estilo de Feira do Gado da Malveira.
À chegada, é a mesma coisa: meia ou uma hora à espera de receber o immigration clearance (vinte segundos e um carimbo no visto), falta de trolleys, bagagem atrasada, perdida ou desfeita, dezenas de aldrabões, taxistas e agentes de hotel à procura desesperada de foreign exchange.
É verdade que está tudo em obras, com capital e know-how estrangeiro. Em breve será diferente. E agora pelo menos há uns painéis com mensagens que se querem reconfortantes. "Please bear with us, we are preparing a world class airport". Ou - e esta é a minha preferida: "Soon, you will wish your flight is delayed". Parabéns ao jovem indiano com tamanho talento de marketing que se lembrou de tal monstruosidade: é como colocar um painel no bloco de urgências de um hospital horroroso qualquer, com a seguinte mensagem, "Soon, you will wish you will never get well".
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Do Porto para Wall Street, via Índia (debate)
No Fórum do Caldeirão da Bolsa, encontro este animado debate sobre a reportagem que fiz, em Janeiro passado, sobre a aventura do empregado português Miguel na multinacional Evalueserve, em Gurgaon.
- "Antes mal pago na índia ou mesmo NY, do que doutor explorado ou desempregado em Portugal."
- "Antes saudável em Portugal, do que doente em qualquer parte do mundo."
- "É exactamente isso, é tudo uma questão relativa, a saúde, o emprego, a exploração... Se as coisas não estiverem bem e se nos oferecerem ou houverem melhores condições, nem que seja no fim do mundo, é òbvio que ficamos melhor! É tudo muito relativo, até pode ser em Portugal, na Ìndia ou em NY que as coisas ficam melhores..."
O debate inteiro, aqui.
Depois da Índia
Alrabando: Sorry, not possible / Sure, one minute
Chega-se ao escritório para mudar a reserva, olham para o computador e sorriem-nos: "sorry, not possible today, no seats available in any airline, just packed only. The earliest I can get for you is in two days". Mas ela é alemã: "No, you have to give me a ticket today, or else I will complain..." e antes mesmo de terminar a frase, interrompem, ainda sorridentes, "ok we have a seat for you today on Austrian Airlines, please give us two minutes to issue your ticket".
O mesmo hoje, no banco: "posso trocar Euros?".
- "Oh yes, sure, here is the exchange rate: 56.5. How many Euros would you like to exchange?".
- "50, please".
- "Oh, I'm very sorry, not possible, the minimum is 100 Euros."
- "But I am your customer for four years, and I have never heard about this limit!".
- "Sure sir, please just fill out this form."
O problema não é só - como em qualquer parte do mundo - as empresas recuarem só quando confrontadas com ameaças de represálias institucionais e mediáticas. O que é chocante é a volatilidade e indiferença com que tratam os clientes - a forma fácil como cedem aos que estão informados dos seus direitos e a forma estratégica com que espoliam os menos informados.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Domar os riquexós - a priori e a posteriori
Lembro-me de, nos primeiros meses desta vida em Deli, há mais de três anos, admirar a forma como os autóctones lidavam com os condutores de riquexó. Em vez de (como eu e demais estrangeiros) passarem longos minutos a discutir e a negociar o preço a priori, no meio da avenida, e só depois de chegado a consenso embarcarem, saltavam imediatamente para o interior dos triciclos motorizados, garantindo assim o lugar e negociando a posteriori.
Invejava essa estratégia corajosa com que domavam os malditos riquexós, sempre gananciosos e fugitivos quando o destino ou o preço oferecido não lhes agradava. A minha ética negocial ocidental impedia-me de dar aquele salto para o banco de trás.
Ora, de repente, um destes dias, dei por mim - qual tigre esfomeado e desesperado - a dar um monumental salto acrobático do passeio para aquele pobremente almofadado banco que sustenta entre 1 e 6 passageiros. First blood, mortífero: já não faço outra coisa e passei de vítima a predador nato.
Pensava que só serviam para o Republic Day
India readies combat camels for Darfur
NEW DELHI (AFP) — India plans to send combat-trained camels to solve the transport headache facing a fledgling UN-African Union peacekeeping force in Sudan's strife-torn Darfur region, officers here say.
India's Border Security Force (BSF) said it received a request last week from the United Nations to send the specially schooled animals to the troubled African region. (...)
The BSF in India also warned that any deployment of trained camels to transport foot soldiers in Darfur may be some time away.
"All our camels are engaged in border-guarding duties and this whole process could take a long time," said BSF spokesman Vijay Singh, adding the agency could currently spare up to 60 of its 700-plus battle-ready animals for Sudan.
terça-feira, 20 de novembro de 2007
As bolhas e os ditados
Subitamente, lembro-me de dois ditados populares contraditórios:
A banda a tocar e o navio a afundar-se.
Os cães ladram e a caravana passa.
Andam os jornais indianos a celebrar o caminho para a catástrofe da sua economia, em direcção ao fundo do oceano? Ou serão os avisos e sinais de alarme internacionais (principalmente ocidentais) desmedidos, enquanto que o navio económico indiano ganha velocidade e rumo?
Qual dos dois ditados se aplicará à Sensex e às múltiplas bolhas de especulação que assolam a economia indiana?
Imagens de Deli: Barista, Connaught Place
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Citações de Deli: Ken Livingstone
Britain As India's Colony
India and Britain inhabit a world changing so rapidly that to bring out its character let's deliberately put it in stark, even 'provocative', terms. In 20 years time, only three people are guaranteed a place at the top table of the world's affairs - the presidents of the US and China and the prime minister of India. By then, the world will have shifted so much that if there were to be war between Britain and India, Britain would be more likely to end up as a colony of India than the other way round....
Noite em Deli
Hino nacional
"Ordinarily resident"
"A person is said to be ordinarily resident in a place if he uses that place for sleeping. He need not be eating in that place and may be eating from a place outside. Temporary periods of absence from this ordinary place of stay can be ignored. It is not necessary that the period of stay should be continuous for any particular length of time and should be without any break."
"On the other hand even persons living in sheds, and persons living on pavements without any roof are eligible for enrolment provided they are ordinarily resident in the sheds or on pavements in a particular area, do not change the place of residence and are otherwise identifiable."
"Inmates of jails, hospitals, beggar homes, asylums etc. should not be included in the electoral rolls of the constituency in which such institutions are located as they are staying in these institutions only for a temporary period. However, eligible inpatients of sanitaria, leprosaria, etc., where they undergo prolonged treatment may be taken as ordinary residents of these areas where such sanitaria etc. are located."
Imagens de Deli: Tibetanos
domingo, 18 de novembro de 2007
Minute Maid
sábado, 17 de novembro de 2007
Advogados atacam acusados
Estado da justiça indiana: Angry lawyers assault JeM terrorists |
Lucknow, Nov 17: Lawyers manhandled three JeM militants, charged with the plot to kidnap Rahul Gandhi, in the Lucknow session court premises while they were being taken to be produced before the chief judicial magistrate Saturday. |
Comendo em Deli: Andhra Bhawan
O Andhra Bhawan é a casa/representação oficial do estado do Andra Pradexe (Haiderabad) na capital. A sua cantina oferece, seis dias por semana, ao almoço e ao jantar, um simples, mas delicioso menu: um thali vegetariano custa menos de 1 Euro (INR 50), e há sempre a possibilidade de adicionar uns pedaços de frango ou preixe grelhado (INR 50 a dose). Para os mais famintos, há garçons que circulam por entre as salas a distribuir generosas porções extra. É tudo rápido e eficiente, e muito picante!
A P Bhawan Canteen
A P Bhawan
1, Ashoka Road
New Delhi - 100 001
Telefones: (011) 23382031, 23889182
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Rupias indianas
O conceito de grande potência na política externa indiana (Relações Internacionais)
Relações Internacionais, nº 15, Setembro 2007, pp. 007-020
Constantino Xavier
Este artigo argumenta que a política externa indiana é orientada, entre outras determinantes, para a obtenção de um estatuto de liderança no sistema internacional. Analisa o conceito de grande potência, identificando oito focos produtivos que sustentam e legitimam a reivindicação na óptica indiana, tais como o seu passado civilizacional, a sua concepção hierárquica do sistema internacional, o sentimento de discriminação de que se sente alvo, ou a predominância das teses realistas na sua academia e diplomacia. Propõe ainda que esta ambição deve ser integrada como variável na explicação, análise e previsão da política externa indiana, bem como na elaboração de incentivos que facilitem uma maior integração sistémica do país, minimizando assim o choque da transição para novas arquitecturas regionais e globais.
Índia: novos horizontes (Relações Internacionais)
"...torna-se urgente interpretar a pluralidade de novos horizontes indianos como mais do que um mero sintoma de futuras transformações radicais, de fim de mundos actuais, e de início de outros. Isto é, as transformações a Oriente, neste caso específico a maior integração sistémica da Índia, representam certamente desafios significativos, mas que estão longe de constituírem
ameaças imediatas para a estabilidade e o equilíbrio actual.
É justamente este o objectivo moderador que guia o presente dossiê, que procura enquadrar os novos horizontes indianos numa paisagem estratégica regional e global mais ampla. Tal passa necessariamente pela contextualização da nova política externa indiana, associando-a às dinâmicas regionais da Ásia do Sul, à corrida desenfreada aos recursos energéticos ou à cultura estratégica e Weltanschauung indiana.
O facto de todos os cinco artigos que o compõem serem resultado de investigação conduzida in situ, na Índia, contribui assim também para compreender o mundo tal como ele é visto e imaginado a partir de Nova Deli."
versão integral
sábado, 27 de outubro de 2007
Sinalização rodoviária
De regresso
domingo, 16 de setembro de 2007
Imagens de Deli: Canalizador
Um sexto canalizador voltou à tese do primeiro, que tinha sido ridicularizada pelos congéneres intermédios: a fuga tinha sido provocada a uma dezena de metros de distância, por umas obras realizadas na conduta de gás natural. Em menos de duas horas, abriu um fosso e resolveu o problema. Uma semana, seis canalizadores e dezenas de chamadas telefónicas com o dono depois, voltávamos à civilização. Na foto, o canalizador Gopal já a fechar a obra.
India Shining
sábado, 15 de setembro de 2007
Leituras de Deli: Deli (Khushwant Singh)
E explica-se assim, mais uma vez, porque é que me deixei entusiasmar tanto por este Deli. Dá-me a conhecer uma Deli que só raramente se me apresenta, que só com muito esforço consigo imaginar à minha volta, mas que, aqui e acolá, continua a resistir aos ventos da mudança. Uma Deli omnipresente, mesmo que em rápido desaparecimento. É uma Deli que habita Defence Colony, que sobrevive em Chandni Chowk, nos Ambassadors e Marutis cobertos de ferrugem na minha rua, no gigantesco tomo em que o funcionário anota o número do meu recibo, ou nas ladies que ocupam as primeiras filas de um concerto de música clássica no India International Centre e exclamam repetidamente marvellous! .
Desilusão
Chandni Chowk (Atlântico)
PASSAGEM PARA A ÍNDIA
CONSTANTINO XAVIER EM NOVA DELI
CHANDNI CHOWK
" Do topo do minarete da Jama Masjid, com a brisa a secar o suor dos braços, miramos o imenso bazaar de Velha Deli, também conhecido por Chandni Chowk. Ao fim da tarde, o movimento é tremendo. Os ciclo-riquexós serpenteiam pelo labirinto imundo, empurrados por multidões. À venda, de tudo: joalharia, gado, pneus, vibradores, sedas, arroz e caril. Nenhum planeamento urbanístico ou coerência arquitectónica. Os edifícios encontram-se quase todos arruinados. Aqui e acolá, por baixo dos cabos suspensos no ar e por entre as emendas em betão, zinco e plástico, emerge um raro pormenor tradicional de um poço medieval, de um haveli real ou de um armazém colonial.
Do conforto das alturas, observo que este bairro tem o potencial de vir a ser um dos patrimónios históricos mais visitados da Ásia. Anuncio: um dia, ainda durante as nossas vidas, veremos Chandni Chowk convertido numa espécie de Bairro Alto, Marais ou Kreuzberg, urbanisticamente domesticado, intelectualmente cosmopolita e turisticamente atractivo. A profecia é ridicularizada pela minha companhia e apresso-me a voltar a descer para colocar os pés em terra. Ensanduíchado por um pedinte leproso, um vendedor de bugigangas e uma mulher de burca, recupero do sonho celestial: afinal, quem sou eu para prever que esta eterna e imutável Índia se irá transformar? (...) "
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
«Mais sexy do que nunca» (Expresso)
60.º aniversário
Guardas fronteiriços do Paquistão (esq.) e da Índia marcham perto do «checkpoint» de Wagah, no passado dia 1 de Agosto FOTO AMAN SHARMA/AP
Índia
"Mais sexy do que nunca"
O balanço não poderia ser mais triunfante. Aproveitando-se das comemorações do 60º aniversário da independência, os indianos lançaram uma vaga de patriotismo, exprimindo o orgulho em fazerem parte de um país de sucesso.
Há uma década reinava ainda um espírito pessimista. Os mais pobres emigravam em massa para o Ocidente. Muitos questionavam-se sobre os benefícios da independência.
Hoje, o espírito é o oposto. Ostentar em público a bandeira nacional deixou de ser proibido pela Constituição. Nos cinemas, antes de qualquer filme, seja ele de Hollywood ou de Bollywood, os espectadores levantam-se e entoam o ‘Jana Gana Mana’, o hino nacional. O orgulho reflecte-se também na imprensa. O ‘Times of India’, por exemplo, observava que a idade não dá sinais de pesar, considerando que a Índia está hoje “mais sexy do que nunca”.
Motivos para celebrar não faltam. O crescimento económico ronda os 10%, provocando um consumo desenfreado da classe média - entre 300 e 400 milhões de pessoas. Há 20 anos eram necessárias várias semanas e autorizações para instalar uma linha telefónica. Hoje vendem-se dois milhões de telemóveis por mês. Os mais de 500 mil médicos indianos, cobiçados nos melhores hospitais dos Estados Unidos e da Europa, ajudaram a reduzir a mortalidade infantil para um terço e a duplicar a esperança de vida para 67 anos.
No entanto, segundo várias sondagens, o que mais orgulha os indianos é o seu sistema político democrático. Exceptuando o breve episódio autoritário de Indira Gandhi, nos anos 70, a Índia afirmou-se como um raro caso de sucesso pós-colonial, mantendo a sua democracia em funcionamento ininterrupto, desde 1947. Se no Paquistão a política é vista como um monopólio dos militares, na Índia é simbólico serem duas instituições democráticas - a Comissão de Eleições e o Supremo Tribunal - a recolher maior simpatia popular.
Perante tanta euforia, o primeiro-ministro Manmohan Singh tentou moderar o optimismo, alertando para os desafios que o país ainda enfrenta. No seu discurso oficial, classificou de “vergonha nacional” o facto de haver ainda milhões de crianças indianas a sofrer de malnutrição. Mas perante a imensa ambição e confiança dos indianos, estes obstáculos parecem minúsculos, se não irrelevantes. O próprio Singh admitiu aliás que “o melhor ainda está por vir”. Por enquanto, a hora é de celebração.
Constantino Xavier, correspondente em Nova Deli
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
EPL-Índia
sábado, 18 de agosto de 2007
Indianização (Atlântico)
Constantino Xavier em Nova Deli
INDIANIZAÇÃO
Como surgiu então o sucesso da indianização? Surpreendentemente, pela via económica e não-governamental. As reformas de 1991, as privatizações e a abertura da economia criaram condições ideais para que a indianização se fizesse de forma natural, subtil e silenciosa, sem o barulho da imposição estatal."
Comentários: Cheias e o 15 de Agosto
A Índia celebra hoje o 60º aniversário da sua independência do colonialismo britânico, com muita euforia, muita cor e grande confiança.
Logo de manhã, os jornais saudaram o dia histórico com capas coloridas e destaques triunfantes.
O HT antevê uma Índia “superpotência global” já em 2067, enquanto que o Times of India, faz o balanço com números, sublinhando a redução na taxa de mortalidade infantil, hoje três vezes menor do que há 60 anos.
Por todo o lado ecoa o hino nacional, conhecido como Jana Gana Mana, composto pelo grande filósofo Rabindranath Tagore.
O símbolo deste novo orgulho é a bandeira nacional, a tricolor conhecida como tiranga, que reveste as cidades e aldeias do país de tons verdes, brancos e cor de açafrão.
Há poucos anos ainda, a Constituição proibia os cidadãos de a ostentarem publicamente. Mas hoje, é o próprio Governo que distribui milhares de bandeirinhas nas escolas e em locais públicos, encorajando a onda de patriotismo que varre o país.
Mas o aniversário ficou também marcado pela devastação provocada pelas cheias no Norte do país, que as Nações Unidas apelidaram de “uma das mais graves catástrofes naturais” nesta região do mundo.
As chuvas incessantes, desde finais de Julho, provocaram um balanço dramático: quase 2 mil mortos, milhões de deslocados, 130 mil habitações totalmente destruídas e um prejuízo total de centenas de milhões de Euros.
Foi talvez por isso, que o Primeiro-Ministro Manmohan Singh, se referiu esta manhã aos grandes desafios que o país ainda terá que enfrentar para se tornar numa superpotência. Chamou por exemplo atenção para as dezenas de milhões de crianças que continuam a sofrer de mal-nutrição, ao que chamou de “vergonha nacional”.
Discursando em frente ao histórico Forte Vermelho, na parte antiga da capital, a Velha Deli, Singh referiu-se ainda ao perigo de as diferenças religiosas ou de casta poderem por em causa o sonho indiano. “Sejam indianos primeiro, e acima de tudo” pediu.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
A zanga dos deuses da chuva (Expresso)
Sul da Ásia
A zanga dos deuses da chuva
As maiores vítimas são as mulheres e crianças. Só na Índia, o prejuízo está avaliado em 200 milhões de euros
Foto: Em Dhaka, capital do Bangladesh, vítimas das cheias salvam os parcos haveres FOTO PAVEL RAHMAN/AP
O rio Ganges, um dos principais símbolos espirituais para os hindus, tornou-se mortífero com as suas águas a fazerem capotar várias lanchas de salvamento que prestavam socorro às vítimas das cheias que afectaram cerca de 50 milhões de pessoas - principalmente na Índia, no Nepal e no Bangladesh - provocando mais de 28 milhões de deslocados e a morte de quase duas mil pessoas.
Na sua grande maioria, os mortos são mulheres e crianças vítimas de afogamento, fome, mordeduras de cobra, electrocussão, ou que perecem esmagadas durante as operações de socorro e distribuição de alimentos.
Duas semanas depois destas chuvas torrenciais de monção terem começado a inundar a Ásia do sul, já se faz sentir o impacto daquilo que as Nações Unidas classificam com “uma das piores catástrofes naturais de sempre” na região. Falha o abastecimento de água potável e 40% das planícies do Bangladesh - um país que tem a maior parte do território abaixo do nível do mar - encontram-se submersas.
Na Índia, no estado de Bihar, um dos mais pobres do subcontinente, 13,8 milhões de pessoas foram atingidas e 1,1 milhões de hectares de terras agrícolas ficaram parcial ou totalmente submersas.
Também os estados indianos de Uttar Pradesh (norte), de Assam (nordeste) e do Orissa (leste) - onde cerca de 6,5 milhões de pessoas foram atingidas - estão submersos pelas águas. No país de Gandhi, há dois milhões de hectares de terrenos agrícolas inundados, 130 mil habitações totalmente destruídas, e 70 mil cabeças de gado vitimadas.
No Nepal, nas zonas montanhosas mais remotas, a assistência médica aos feridos está, muitas vezes, a ser feita pela guerrilha maoísta que combate o regime que governa o país.
Depois do dilúvio, o impacto começa a sentir-se em termos políticos. Esta semana, a Índia e o Nepal trocaram acusações, com um ministro estadual indiano a denunciar a falta de barragens para parar a água do lado nepalês, e o Governo de Katmandu a ripostar que as cheias no Sul do seu território se devem à construção excessiva de barragens do lado indiano.
Entretanto, Nova Deli receia que entre os milhares de refugiados do Bangladesh que cruzaram a fronteira indiana nos últimos dias se encontrem elementos das organizações separatistas e terroristas islâmicas que operam no Nordeste do país.
Mas a grande preocupação continua a ser o impacto a longo termo destas cheias que o secretário-geral das Nações Unidas já apelidou de “devastação económica”. Segundo a UNICEF, no estado indiano do Bihar, já antes do dilúvio, 60% das crianças estavam malnutridas. Com o turbilhão das águas podem começar a ser atingidas pela diarreia, febre tifóide, malária e várias outras doenças potencialmente letais.
Este ano, a força da monção ainda está a ser mais longa e mais forte do que é habitual.
Constantino Xavier, correspondente em Nova Deli
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Leituras de Deli: Economic & Political Weekly
Sanjay Rabo
Sanjay Butt, um dos maiores ídolos do cinema indiano, foi ontem condenado a seis anos de cadeia por ligações aos terroristas que em 1993 levaram a cabo os atentados de Bombaim, que mataram 257 pessoas e são considerados os piores de sempre na Índia...
Fragmento histórico
"The Nizam was also getting arms from Goa which was under the rule of Portugal".
Assustador, mas descabido
"A menos que sejamos tão insensatos que queiramos atirar a Rússia, contra os nossos interesses, para o triângulo estratégico que pode vir a desenhar-se na Ásia: China, Índia, Rússia. Já pensou nessa eventualidade?"
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Cheias
As vítimas têm fome e sede e dizem-se abandonadas pelas autoridades e ONG nos últimos dias. 60% das crianças são malnutridas. "O coração dói-me. E tenho fome às vezes", disse Kanti Kumari, uma menina magra de cinco anos, que o jornalista da Reuters encontrou à porta de um abrigo feito em bambu.
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Aqui Tailândia e Portugal na Tailândia
terça-feira, 31 de julho de 2007
Porteiro
Internacionalização
"a internacionalização se faz com colaboradores competentes e disponíveis que ganharam experiência nos mercados internacionais e, aí, se movem à vontade. E, por isso, é necessário capitalizar as comunidades portuguesas no estrangeiro e investir, aí, na formação de “agentes” locais de internacionalização da economia portuguesa. Como é igualmente necessário favorecer a dispersão, nomeadamente nos países sem emigrantes portugueses, de um número muito significativo de gestores e de profissionais portugueses que se entrosem nas empresas multinacionais e locais, que ganhem experiência nesses mercados, e que favoreçam, apoiem e promovam a expansão das empresas portuguesas. Com especial incidência na Ásia, do Japão à China, da Índia à Indonésia, da Malásia a Singapura."...
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domingo, 29 de julho de 2007
Shambo
1. O Shambo tinha que morrer, tal como, há uns anos, a minha cadela Saba.
2. Talvez o Shambo não seja o único doente: quando a BBC World abre o noticiário, em prime-time, com o Shambo, algo vai visivelmente mal neste mundo.
Sati e um sociólogo pouco cosmopolita
"Há meses, no Expresso, o meu amigo João Pereira Coutinho lembrou o general Charles James Napier, comandante militar da administração britânica na Índia oitocentista. Uma ocasião, Napier recebeu uma delegação regional, que reivindicava o direito de realizar a "sati", a divertida mania de grelhar as viúvas na pira funerária dos maridos. O general propôs um encontro de culturas: "A vossa tradição inclui a queima de mulheres. Óptimo. A minha inclui o enforcamento das pessoas que queimam mulheres. Façam a pira, que ao lado faremos uma forca. Vocês cumprem o vosso costume, nós cumprimos o nosso." Obviamente, não foi o que se passou no século posterior. Aos poucos, a Grã-Bretanha (e a Europa) largou o império e os costumes. Os ex-colonizados levaram os costumes para a casa dos ex-colonos. E a sensatez de Napier não tem herdeiros."
Pergunto eu: que tal acostumarmo-nos um pouco aos costumes dos outros, em vez de insistirmos no (muito oitocentista e infantil) "olho por olho, dente por dente"?
Confiança e desconfiança
sábado, 28 de julho de 2007
terça-feira, 10 de julho de 2007
Lodhi Road
A cara primeiro, depois o abafado e ensanguentado estrondo do embate no pára-brisas. Uma cara criança. Escura, tão escura que mal se distingue da noite negra, das árvores e dos arbustos, dos mendigos, meninos e mutilados adormecidos, todos aguardando a aurora e a letargia de mais um dia.
Retira o preservativo e enrola-o numa página de jornal. Fecha os olhos e saboreia o ar condicionado. Mais um, menos um, tanto faz, pensa, ainda suado. Amanhã é outro dia, quente e húmido, cheio de sucessos.
segunda-feira, 9 de julho de 2007
Imagens de Deli: Tyler em greve de fome
Regresso
Comendo em Deli: Mezbaan
Uma nova série, com pequenos apontamentos sobre os restaurantes da cidade que eu vou frequentando. Este primeiro é sobre o Mezbaan (9/1 Secular House, Aruna Asaf Ali Marg, Opposite JNU East Gate, New Delhi, Tel: 011-26966398; não confundir com o seu congénere mais luxuoso, de igual nome, em Connaught Place), um pequeno estabelecimento junto a uma das entradas paralelas da JNU. Serve comida mughlai, recomendando-se os seus tandooris (na foto: paneer tikka e chicken tandoori, com o sempre delicioso bindi masala).
O aspecto interior (austero) e a higiene (q.b.) não são o seu forte, mas a comida é segura e bem cozinhada. É muito frequentado pelos estudantes da JNU, que aqui usufruem de um desconto de 10% sobre a conta final. Um bom almoço para dois, com fresh lime soda e um pequeno gelado no fim, fica em pouco mais de 200 Rupias.