Para a Antena 1, um comentário meu às cheias que assolaram o país, na Quinta feira da semana passada (sem ligação). Para a Rádio Renascença, um comentário sobre o Dia da Independência, celebrado no passado dia 15 de Agosto, e marcado pela tragédia das cheias (aqui, mas sem ficheiro áudio). Ficam aqui os apontamentos que me serviram para produzir a peça:
A Índia celebra hoje o 60º aniversário da sua independência do colonialismo britânico, com muita euforia, muita cor e grande confiança.
Logo de manhã, os jornais saudaram o dia histórico com capas coloridas e destaques triunfantes.
O HT antevê uma Índia “superpotência global” já em 2067, enquanto que o Times of India, faz o balanço com números, sublinhando a redução na taxa de mortalidade infantil, hoje três vezes menor do que há 60 anos.
Por todo o lado ecoa o hino nacional, conhecido como Jana Gana Mana, composto pelo grande filósofo Rabindranath Tagore.
O símbolo deste novo orgulho é a bandeira nacional, a tricolor conhecida como tiranga, que reveste as cidades e aldeias do país de tons verdes, brancos e cor de açafrão.
Há poucos anos ainda, a Constituição proibia os cidadãos de a ostentarem publicamente. Mas hoje, é o próprio Governo que distribui milhares de bandeirinhas nas escolas e em locais públicos, encorajando a onda de patriotismo que varre o país.
Mas o aniversário ficou também marcado pela devastação provocada pelas cheias no Norte do país, que as Nações Unidas apelidaram de “uma das mais graves catástrofes naturais” nesta região do mundo.
As chuvas incessantes, desde finais de Julho, provocaram um balanço dramático: quase 2 mil mortos, milhões de deslocados, 130 mil habitações totalmente destruídas e um prejuízo total de centenas de milhões de Euros.
Foi talvez por isso, que o Primeiro-Ministro Manmohan Singh, se referiu esta manhã aos grandes desafios que o país ainda terá que enfrentar para se tornar numa superpotência. Chamou por exemplo atenção para as dezenas de milhões de crianças que continuam a sofrer de mal-nutrição, ao que chamou de “vergonha nacional”.
Discursando em frente ao histórico Forte Vermelho, na parte antiga da capital, a Velha Deli, Singh referiu-se ainda ao perigo de as diferenças religiosas ou de casta poderem por em causa o sonho indiano. “Sejam indianos primeiro, e acima de tudo” pediu.
Sem comentários:
Enviar um comentário