O sinal está vermelho e o sangue alcoolizado, mas o pé direito acelera a fundo.
A cara primeiro, depois o abafado e ensanguentado estrondo do embate no pára-brisas. Uma cara criança. Escura, tão escura que mal se distingue da noite negra, das árvores e dos arbustos, dos mendigos, meninos e mutilados adormecidos, todos aguardando a aurora e a letargia de mais um dia.
Retira o preservativo e enrola-o numa página de jornal. Fecha os olhos e saboreia o ar condicionado. Mais um, menos um, tanto faz, pensa, ainda suado. Amanhã é outro dia, quente e húmido, cheio de sucessos.
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