Em Lisboa e em Paris lembro-me que, ao mínimo sinal de violência urbana, o instinto nos ordenava a todos, cidadãos e transeuntes, o distanciamento e a fuga. Há sociedades - e contextos microcósmicos - em que se passa o oposto: a violência é um apreciado e honrado convite à expressão e intervenção alargada dos ânimos ou dos músculos de todos os indivíduos envolventes.
Aqui em Deli, tenho observado algo diferente. Nas raras ocasiões em que uma disputa assume contornos físicos e violentos, os cidadãos e transeuntes intervêm imediatamente, procurando não ignorar ou exaltar a cena, mas pacificá-la e rebaixá-la ao único nível socialmente reconhecido e, por isso, autorizado aqui na Índia: o argumentativo.
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