Veste uns farrapos, tem bolhas cobertas de pus e o cabelo acizentado parece que vai cair todo, ainda esta noite. Ou talvez antes. Os olhos avermelhados observam a movimentada avenida e procuram descortinar um inexistente momento para a atravessar. Nas suas mãos, duas garrafas de uísque.
Os meninos rodeiam-no, com os sacos de lixo nas mãos, as suas cabeças rapadas e as suas faces cicatrizadas. O álcool resiste e recusa misturar-se com o sangue, mas tudo escorre pelo alcatrão. Uma estaca retirada do separados central serve para arrastar o cadáver para a berma. O camionista volta a entrar para a cabine, o motor arranca e o trânsito escoa, agora com alguma dificuldade acrescida.
Que horror cru e real
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