Foram ontem divulgados os resultados das provas de acesso ao ensino superior indiano, com um anúncio do Central Board of Secondary Education. O mais interessante é que quase todos os principais títulos da imprensa dedicaram uma generosa mancha de primeira página ao assunto, desenvolvendo a temática ao longo de várias páginas, no interior.
O que é que leva estes jornais dedicarem tamanha importância aos resultados de uns exames de acesso ao ensino superior que, em Portugal e em muitos outros países, só dariam uma notícia menor? É, mais uma vez, a obsessão pela excelência, a procura de mérito e do status social por via da educação. A cobertura detalha, de forma exaustiva, factos e números, sublinha os poucos que conseguiram o pleno (100%, incluindo em Inglês!), observa o maior sucesso das raparigas, compara o ensino público ao privado... mas esquece as castas?
Simples esquecimento? Creio que não. O facto de, na extensa análise jornalística, quase não haver uma única menção ao tão omnipresente facto que é a casta na Índia, representa a imensa confiança que os indianos depositam no sistema de educação, isto é, na educação como rampa de lançamento meritocrático para outros vôos. Assim se explica também a imensa importância que a imprensa dedicou ontem aos resultados, ilustrados por fotografias com jovens (principalmente raparigas) sorridentes, saltando de alegria. É como se dissesse: "Caro leitor pai ou leitor adolescente. Cá estão os vencedores. Onde está você?".
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