segunda-feira, 21 de maio de 2007

Blog Atlântico: A morte do eurocentrismo


Henrique Raposo, o meu colega atlântico, numa recensão dominical a "After Tamerlane, A Global History of Empire", de John Darwin:

"É bom lembrar que em 1750 existia um equilíbrio económico entre a zona europeia e a zona asiática (China e Índia eram as maiores economias do mundo). Hoje, a grande divergência económica entre o Ocidente e a Ásia (que ocorreu entre meados do século XIX e meados do século XX) está a dar lugar a uma grande convergência. Os asiáticos estão a recuperar o lugar que lhes pertence. Estamos a voltar ao equilíbrio de 1750.

Nos últimos anos, devido à crise transatlântica, muitos intelectuais assinaram a certidão de óbito do Ocidente. Enganaram-se. Aquilo que morreu recentemente não foi o Ocidente (projecto político e moral), mas sim o eurocentrismo (o hábito intelectual que coloca o espaço euro-atlântico no centro do mundo, como único factor de acção e mudança).

O período de total predomínio ocidental sobre o resto do mundo foi apenas um pequeno interlúdio do qual os nossos avós e pais usufruíram. Nós, em 2007, já não fazemos parte dessas gerações de ocidentais privilegiados. A era da tutela ocidental sobre o resto do mundo acabou. Habituemo-nos."

Sobre a mesma temática, dois meus comentários a outras tantas citações no Público de hoje, no blogue da Atlântico: "Etc." e "Muito verdade".

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