Numa grande entrevista no Público de hoje, o nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, reconhece que o dossier constitucional vai pesar significativamente na presidência portuguesa da União Europeia e alerta para um conjunto de outras prioridades, como África, o espaço mediterrânico, o Médio Oriente, a Europa de Leste, o fundamentalismo islâmico ("que constitui hoje o principal factor de instabilidade do sistema internacional"!), o Líbano, a Turquia etc. e tal. Tudo e mais alguma coisa portanto, no que a entrevistadora Teresa de Sousa resume como uma "Presidência de alto risco".
Alto lá. Impressionante. Uma presidência europeia do nosso país, mas nem uma única menção ou palavra ao continente asiático e aos importantes desafios (mesmo que a longo termo) que a sua emergência coloca à Europa. Ainda por cima quando as duas cimeiras anuais UE-China e UE-Índia calham exactamente nos "nossos" seis meses. Ignorância, negiligência ou prioridades trocadas? Talvez de tudo um pouco, à boa maneira da nossa tradicional política externa.
Sem comentários:
Enviar um comentário