Prakash Karat (de camisa branca) é o secretário-geral do Partido Comunista Indiano - Marxista (principal partido comunista, com assento parlamentar) , discursando para uma plateia de estudantes na residência Tapti, na minha universidade, há cerca de dois meses. Fala bem, de forma articulada e arejada: "não somos contra todo e qualquer investimento estrangeiro ou toda e qualquer privatização, mas queremos que a abertura e as reformas económicas sejam feitas respeitando os interesses de toda a população, e não só de uma minoria".
Basicamente, foi este o seu ponto principal, naquela tórrida noite, naquele refeitório com mesas rachando sob o peso da ideologia estudantil, com o ar abafado, húmido e mal-cheiroso. Um ponto típico entre os reformistas comunistas indianos, orfãos do socialismo soviético e invejosos do socialismo chinês. Esta é, no entanto, uma universidade que vive e testemunha um debate contínuo. Um universidae da qual os líderes de partidos, ministros e activistas não fogem. Onde, mais do que uma honra, falar é um dever para com o pluralismo de pensamento.
Esta é uma das razões pelas quais eu decidi estudar na JNU. Não há nada que substitua isto em Portugal.
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