domingo, 17 de fevereiro de 2008
inverno e verão
e na sexta-feira saí à rua, eram talvez umas seis e meia da tarde, quando normalmente escurece e um manto de brisa e neblina e gelo cobre a cidade, caído dos himalaias, e saía então de casa pela primeira vez nesse dia, depois de o passar em frente ao computador e com os pés protegidos na escalfeta, e assim protegido por um casaco e o cachecol à volta do meu pescoço, reconheci-o logo, da companhia que me fez nos anos passados, aquele bafo, aquele cheiro, aquele calor do verão, e senti saudades, saudades do inverno e do frio, e senti medo, pânico, medo mesmo, medo do verão e do calor e do suor e do pó e do sol de deli.
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Eh maluco! Andas convertido ao loboantunianismo?
ResponderEliminarGostei imenso destas tuas linhas, Constantino! Conheço o calor de Goa, não sei se o mesmo de Deli, e sei-o bem horripilante.
ResponderEliminarEu e loboantunianismo? Para isso teria que ter vivido uns bons anos na Avenida do Urugurai e lido mais, muito mais, para além da Morte de Carlos Gardel. Glueckwunsche: du hast noch eine literatursluecke in mir entdeckt!
ResponderEliminarObrigado pela compaixão, Denise. Vou bem precisar (bem como de um bom técnico que me vá arranjando o ar condicionado).
Nao, acho que tens mesmo o pequeno demonio literario em ti. Ve-se nas tuas cronicas que es um bom Fernao Mendes Pinto.
ResponderEliminaro calor em deli deve ser bem pior do que o de Goa, lixeiras a céu aberto oblige...
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