É dos espectáculos mais deliciosos a que jamais assisti. Por tradiçao, em cada Dia da Independência, a 15 de Agosto, as crianças sobem aos telhados de Deli e lançam milhares de papagaios ao ar. Como que festejando a sua própria independência das paredes que normalmente as rodeiam.
Alguns papagaios são modestos, à medida da posse dos donos e feitos em casa, outros magníficos, comprados nas lojas da moda e em forma de Homem Aranha ou Homem Morcego que dão no Disney Channel. Os céus enchem-se de cores e de gritos e exclamações de alegria. Os mais malandros organizam concursos e competições: quem consegue alcançar as maiores alturas, fazer os movimentos mais complexos ou a velocidade mais estonteante.
Outros constroem autênticas máquinas: o fio é passado por cola e depois passado por estilhaços de vidro e munido de picos metálicos, tudo para cortar os fios dos outros papagaios e conquistar o monopólio das atenções. Obviamente, a consequência são batalhas aéreas impressionantes e... muitos papagaios moribundos, caídos nas ruas e nos telhados.
É esse dos momentos que eu mais aprecio: enquanto estou no quarto, a ler ou ao computador, e vejo um papagaio colorido a cair lentamente no meu terraço, sem dono, para o seu repouso final.
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