A poucos quilómetros de Hiderabad, capital do estado de Andra Pradexe, encontra-se situado um dos mais belos exemplos da capacidade indiana de negociar, interpretar e assimilar as influências externas. Não é por acaso que a Índia apresenta-se como um dos objectos de estudo preferidos dos investigadores internacionais que se debruçam sobre a globalização.
O Templo Chilkur Balaji, dedicado a uma divindade local representando Vixnu, é popularmente conhecido como Templo dos Vistos ("Visa Temple"). É que, crê-se, abençoa os que se candidatam a vistos de trabalho para entrarem nos Estados Unidos. Sendo esse um dos objectivos mais preciosos na Índia contemporânea, o templo (arquitectonicamente muito pobre) atrai milhares de peregrinos de toda a Índia que aqui vêm orar e pedir que a divindade lhes conceda um visto de entrada. Chega a atrair mais de 100 mil pessoas numa semana.
Reza a tradição que, poucos dias antes da vital entrevista pessoal no consulado ou na embaixada norte-americana, os candidatos-devotos devem circundar (pradikshan) o templo e louvar a divindade entoando cânticos. Caso lhe seja concedido o visto (por Vixnu, claro), devem voltar e voltar a circundar o templo, nada mais, nada menos, do que 108 vezes.
Para quando um templo destes em Portugal? Talvez um Templo do Benfica tivesse mais sucesso. Afinal, quem é que precisa de vistos, e para quê?!
O Templo do Benfica já existe: Estádio da Luz
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