quarta-feira, 3 de novembro de 2004

Três da manhã

São três da manhã. Acordei eram oito. Escrevi um exame em Indian Political System ("The decline of the Congress Party system"). Percorri as ruas e avenidas de Deli em triciclos que podem ser românticos mas dão cabo das costas. Devo ter feito uns 20 quilómetros. Entrevistei dois embaixadores e um director de departamento da minha universidade. Não tive sequer tempo para almoçar. Assim pelas 5 da tarde estava em casa, e pus-me logo em frente ao computador. Entre outros trabalhos urgentes, escrevi um artigo sobre a próxima cimeira União Europeia-Índia que se realiza no dia 8. Espero que um jornal português se lembre de publicar. Depois aviso. São três da manhã. Jantei um "chicken spring roll" que cheirava a mofo. Bebi muita água. Supostamente tenho que enviar ainda hoje a minha coluna semanal para o Goan Observer, sobre Goa e Timor, relações históricas, e perspectivas para o futuro. Já tenho o material, incluindo uma entrevista com um ex-colega meu timorense, Aviano Faria e uma outra activista timorense Célia Cardoso. Esperam por mim na minha Inbox. Lá fora o barulho. Hoje é dia de "presidential debate" na JNU. As várias listas debatem os seus programas e tentam arrancar os últimos votos. É ao ar livre. Há horas que oiço a ensurdecedora multidão aos berros, assobios, uma turba. Intervalados pelas sirenes da polícia. São centenas de vozes em coro. Acompanhar-me-ão quando o sono me levar. E eu vomito estas últimas batidelas nas teclas que supostamente se transformam aí em palavras que vocês lerão. São três da manhã. Boa noite.

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