Sem dúvida: a privatização dos transportes aéreos revolucionaram a Índia na última década, chegando a competir em termos de preço com os caminhos-de-ferro. Chega-se hoje a praticamente todos os cantos do país em pouco mais de três horas de voo e em troca de cinquenta ou sessenta Euros.
Mas é igualmente certo que, a par da revolução pós-1990 dos media, o comboio foi e sempre será a expressão mais nobre do processo de integração nacional indiano, ao que chamo de indianização. Com a sua chegada chegam também, de forma massificada, a mão-de-obra e os bens de outros estados, integrando a região efectivamente com o resto do país. Foi assim com o Konkan Railway em Goa e será assim com os Northern Railways em Caxemira.
Se, em tempos, os carris orientaram o movimento Go West e a consolidação de um espaço distinto territorial e social nos Estados Unidos, estão hoje a fazê-lo também na Índia.
Os caminhos de ferro indianos conseguem suplantar os de muitos países que se clamam do Primeiro Mundo. Se quem vai à India pasma com o facto de se lhe chamar potência tecnológica (com a electricidade a falhar cada 15 minutos), não consegue deixar de reverenciar o poder do comboio - de resto, óptimo para fazer amizades.
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