sábado, 21 de outubro de 2006

Divali na Casa Branca

Um gesto simpático e pluralista, ou mais um passo em direcção ao meramente estético e politicamente correcto, agora do outro lado do Atlântico? Para mim, a perspectiva mais interessante é a diaspórica: é provável que os indianos estejam mais enraízados na Casa Branca do que qualquer outra comunidade imigrante, judeus à parte. Ainda por cima, o artigo não refere nenhuma celebração do Ano Novo Chinês, ou outra data auspiciosa para os chineses.

WASHINGTON: The White House celebrated Diwali, the Indian festival of lights, with more than 150 guests attending, among them many prominent members of the Indian American community. In his special message to the Indian community, President George W. Bush said: "Every year during Diwali, Hindus remember their many blessings and celebrate their hope for a brighter future. The festival of lights demonstrates the rich history and traditions of the Hindu faith as friends and family come together in a spirit of love and joy. "This celebration unites people around the world in goodwill and reminds us of the many cultures that enrich our nation."

4 comentários:

  1. Acho q já tinha dito isto, mas gosto imenso de ler o teu blog.

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  2. Obrigado Cláudia, tb estive a ver o teu e gostei. Até breve!

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  3. A repetição da Cláudia veio conduzir-me ao mesmo ponto – a necessidade de articular e expressar o prazer composto e constantemente renovado que tem sido o hábito (todavia, espaçado) de visitar a tua vida em deli. Em primeiro lugar, um prazer de leitura, pela narrativa escorreita, fresca e viva, que decompõe e reorganiza a realidade com a fluência natural típica da boa prosa.
    Mas é igualmente um prazer intelectual de outro género. Um prazer mais lento, amigo da reflexão e da contemplação do mundo; um prazer que se constrói, em grande medida, a partir da rica intersecção entre a perspectiva jornalística, o pendor analítico, a visão académica e a omnipresença leve e subtil da política, que os teus textos quase nunca deixam de revelar.
    Mas estes são os prazeres gerais. Outros há, mais particulares e, por isso, mais especiais, sem os quais, aliás, não te escreveria a explicar os primeiros. São os prazeres emocionais, quentes e desordenados, eivados, acima de tudo, da saudade dos lugares do subcontinente, dos seus cheiros, das suas cores, das suas gentes, dos seus sons, dos seus animais, das suas religiões. Assim, este é um prazer, como muitos deles são, profundamente egoísta; visitar a tua vida é, pois, visitar, de uma forma mais desempoeirada e menos acabrunhada, os meus próprios fragmentos da Índia. Resta, ainda, o melhor de todos os prazeres: visitar um bom (e fisicamente distante) amigo e companheiro.

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  4. Meu caro bom (e fisicamente distante) amigo e companheiro,

    só na última linha da tua lisonjeante prosa é que percebi de quem é que se tratava. Como sabes, já por aqui muito comentaste e muito me enganaste com identidades misteriosas. É uma honra ter-te por cá novamente, numa das tuas súbitas, mas tão alegres, excelentes e acutilantes visitas.

    Sinto uma dívida para contigo. A tua visita, no último ano, merecia mais da minha parte. Mas, por outro lado, acho que tu, em viagem, e especialmente na Índia, não mereces nada de todo. Porque és um viajante e um aventureiro nato que facilmente dispensa de qualquer guia. Tu (e o tripeiro que te acompanhava) guias-te a ti próprio, seja numa aldeola nos confins da Índia ou na vida em geral.

    Mesmo assim, estás convidado a repetir (num circuito diferente) a proeza de visitar sete estados e um posto de fronteira internacional indiano em menos de dez dias. A Índia estará sempre à tua espera.

    Um grande abraço,
    Tino

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