quinta-feira, 18 de maio de 2006

Imagens de Deli: Katmandu


Painel em frente ao Palácio Real em Katmandu, com uma citação do rei actual, Gyanendra. Cabe ao rei e aos órgãos soberanos do estado velar pelo respeito e pela aplicação dos direitos individuais, humanos e cívicos... Não deveria ser ao contrário? Um caso clássico que demonstra que por estas bandas as prioridades são por vezes bem entendidas mas mal aplicadas. Também na Índia, a democracia fez-se, ou tentou fazer-se, "por cima". Isto é, na concepção sul-asiática, e em muitos outros países pós-coloniais, a ideia de democracia foi compreendida como uma tarefa estatal, um processo pedagógico e de tutelagem benevolente. É, de certa forma, a herança da época colonial. A independência muitas vezes nada mais representou do que uma transferência de poderes, dos colonialistas para as novas elites instaladas. Mas, mais do que as elites, é esta ideia da prepotência estatal que asfixia qualquer projecto democrático, e este painel demonstra-o perfeitamente. Não é com painéis destes que se cria a democracia, num país com metade da população iletrada.

2 comentários:

  1. Nao tem nada a ver com o teu blog: podes comprar-me uma camisa dessas todas "étnicas" e alternativas que existem para esses lados da ásia?
    sabes bem que eu gosto dessas coisas, e com o calor sufocante de aqui, apetece.
    logo te pagarei em pesetas, que estao muito valorizadas depois de que a ETA decretou uma paz condicional.

    drulovic

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  2. Eí, ó Pericles, granda conversa com que me vieste aqui. Vou ter que ler isto com mais calma. Mas, desde logo, parabéns por um comentário que se habilita a ser o mais longo e aplicado em dois anos de blog. Depois respondo, deixa-me fechar as malas e chegar a esse continente, primeiro.

    Tino

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