terça-feira, 23 de maio de 2006

Chegada

Chego num Sábado à noite a Lisboa. Depois dos abraços e dos beijinhos, dez minutos depois a nossa viatura aproxima-se da Rotunda do Relógio. Ainda sem me ter consciencializado bem da chegada a Lisboa, observo a seguinte cena.

Um Mercedes dá um toque mínimo nas traseiras de um Polo. Deste, sai lançado um homem de meia idade, com cara cinzenta e ensombrada. Aproxima-se do Mercedes a passos largos, mas calmamente e decididamente. Tudo sem esboçar um som ou uma expressão facial que pudesse descortinar as suas intenções. Abre então a porta do Mercedes, senta-se no banco da frente, fecha a porta com um estrondo, e começa, a poucos centímetros da cara do condutor, aos berros, movimentando os seus punhos de forma ameaçadora. Do Polo, emerge uma senhora de meia-idade também, com um filho no colo e, também aos berros e soluços, pede para o marido voltar.

O sinal fica verde e arrancámos. Estava de volta. Mas, por um momento, hesito. É esta a Lisboa de que tive saudades? É este o Portugal que deixei, há dois anos? É esta a civilização e o tipo de sociedade que quero defender e a que me orgulho de pertencer? Um prenúncio, um símbolo, ou um acaso?

3 comentários:

  1. hihihihihi ,lindooooooooooooooooooooooooo!!!!!!! I LOVE PORTUGAL! aposto q o acidente foi culpa de uma gaja!

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  2. Percebo-te...MESMO!
    Tenho que te mandar fotos de macau

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  3. EHHEHE!

    Também tem o outro lado. As coisas boas. Nem qu eseja a memória. A tão nossa saudade!

    Para quem está fora o Portugal fica mais "ideal", e logo mais sujeito a desilusões...

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