quinta-feira, 1 de junho de 2006

China e Índia

Na pouca cobertura que os dois países têm na imprensa portuguesa, e mesmo na internacional, aparecem sempre misteriosamente colados um ao outro. Nunca "Índia e China", sempre "China e Índia". Como se fossem gémeos siameses. E sempre acompanhados ou associados a um vocabulário repetitivo, com destaque para "emergência", "gigantes" ou "século asiático".

Por um lado, é bom sinal. Lentamente, os dois gigantes emergentes, China e Índia, começam a aparecer no panorama jornalístico português, mesmo que de forma tímida e pontuada. Por outro lado, é confrangedor e uma verdadeira desilusão. A conversa nada mais é do que um amontoado de clichés e conceitos supostamente "chave", que, a intervalos, são retirados das agências internacionais, mal digeridos por jornalistas mal preparados, e depois vomitados cá para fora, com uma pitada de ácido sensacionalista (a deslocalização, a indústria têxtil em crise, o domínio comercial dos chineses no Norte etc.).

É preciso operar os siameses, separá-los. A operação é arriscada, bem sei. Mas sem ela não vamos a lado nenhum. Mais vale um pássaro na mão, do que dois a voar. E continua tudo envolto em preconceitos ou em simples e pura e escura ignorância. É por aqui que se situa Portugal em relação ao Oriente.

2 comentários:

  1. Se eh para se escolher um dos passaros que se escolha o melhor!!Em q eh q ficamos?

    ResponderEliminar
  2. Os ocidentais, incluindo tristemente os portugas, continuam a olhar o oriente e a achar que é muito longe, lá "onde as paralelas se encontram...".

    Esquecemo-nos que o oriente, tanto em espaço terreno, como cultural, é ainda mais diversificado que o ocidente!

    E sobre a pergunta do anonymus...definitivamente a Índia, qu eos chinocas são racistas. tanto étnica como culturalmente.

    MEDO!(Sensacionalismo!) heheheheh

    ResponderEliminar