quarta-feira, 21 de junho de 2006

Redescoberta: Nova Deli

Começo pelo óbvio. Não é nada complicado. Que eu saiba, na língua portuguesa um “lh” soa bastante diferente do “lh” em inglês. O “h” está portanto a mais. Basta Deli. Sem acentos (“Déli”), porque ortograficamente desnecessário. Mas, caso quiséssemos ser fiéis à pronúncia local indostânica, teria que ser “Dili”, tal e qual a capital timorense, mas sem acento. A imprensa indiana em caracteres romanos escreve aliás “Dilli”.

Claro que há os chicos espertos portugueses que gostam de misturar, como os miúdos na escola nas perguntas de resposta múltipla. Assim talvez só errem cinquenta por cento: “Nova Delhi” ou “Nova Délhi”. É por isso pouco surpreendente que a invenção provoque uma pronúncia híbrida ímpar no mundo inteiro: os leitores lêem o “lh” como em “filho” e fica uma “Nova Delhi” muito estranha. E, já agora, porquê “Nova”? Porque é diferente de “Velha”. Há uma Deli antiga, a Norte, e uma Deli Nova, mais a Sul, construída de raiz pelos britânicos.

Tal como os franceses, alemães e ingleses (“Nouvelle Delhi”, “Neu Delhi” e “New Delhi”, respectivamente) também temos o direito de traduzir para “Nova”, porque Deli é afinal feminina, embora não seja a melhor megalópolis para mulheres andarem na rua, especialmente de noite. Vamos lá repetir, todos juntos: Nooova Deeeli.

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