Leh (Lê) é a capital do distrito de Ladakh (Ladaque), no estado de Jamu e Caxemira. Fica situada num vale estratégico, escavado pelo magnífico Rio Indus (bom para rafting) e numa das antigas rotas comerciais que as mulas e os mercadores percorriam, entre o Tibete, os planaltos indostânicos e as cordilheiras da Ásia Central. De maioria budista, com uma importante minoria muçulmana, o Ladaque é conhecido como o Tibete indiano, apresentando aos seus visitantes centenas de templos budistas (gompas) e maravilhosos circuitos para a prática do montanhismo, com os seus gélidos cumes que tocam os 7000 metros de altura.
Até à década de noventa o turismo aqui era restrito por imposições do Governo. Embora presença militar do Exército indiano ainda pese muito e haja áreas em que é necessária uma autorização especial de visita (especialmente nas zonas fronteiriças disputadas com a China e o Paquistão), hoje o Ladaque é um dos destinos turísticos preferidos na Índia. Não há ligação ferroviária e as duas únicas estradas (pistas) que aqui chegam só se encontram transitáveis no verão, entre Junho e Setembro. De resto, só mesmo voando.
Na imagem, o Palácio de Lê, sede da dinastia reinante até há três séculos atrás, quando o Ladaque foi conquistado e anexado pelos hindus e siques de Jamu. O palácio é visto como uma miniatura do seu congénere Potala, na Lhasa tibetana, mas respira pouca vida - os monarcas locais procuraram exílio em Stock, uma pequena vila a quinze quilómetros de Lê, onde ainda hoje residem os seus descendentes. Como tantas outras famílias reais indianas no pós-independência, perderam o seu esplendor. Ainda tentou a adaptação ao sistema parlamentar e a rainha local foi eleita como deputada pelo círculo de Ladaque, mas os seus descendentes sucumbiram ao caciquismo e ao despesismo, tombando no esquecimento e na periferia política da região.
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