segunda-feira, 10 de março de 2008

Nós e Goa (Atlântico)

Nas bancas:

Passagem para a Índia, Constantino Xavier em Nova Deli
Revista Atlântico, nº36, Março 2008, pgs. 33-34

Nós e Goa

"Um português que se preze e se preocupa com a imagem e o lugar de Portugal no mundo, só pode sair incomodado e envergonhado de Goa. O que de lá sai orgulhoso e realizado deixa-se iludir pela monumentalidade do património arruinado e da herança cultural lusófona em diluição acelerada, e pactua assim com a negligência crónica que afectou a nossa política para Goa, e a Índia em geral, desde o restabelecimento de laços diplomáticos com Nova Deli, em 1974."

5 comentários:

  1. Envergonhado com algumas negligências pátrias, sim; mas satisfeito com a vitalidade, a juventude e a identidade cultural assumida com orgulho pela gente goesa também. E eles é que vão fazer Goa!...

    Alcipe

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  2. Aditamento: há transformação. E tem que haver!Mas não é diluição...

    Alcipe

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  3. Goans are indians, thanks God.
    We will build our own wordl slowly .

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  4. Caro Alcipe:

    é verdade, são as novas gerações que vão fazer a Goa do futuro (embora eu também aí tenha as minhas dúvidas: que novas gerações e que Goa exactamente?). Mas o texto é essencialmente dirigido à audiência portuguesa, e não goesa. Por exemplo, neste caso: nas últimas quatro décadas, de que forma tem Portugal sabido relacionar-se com estas "novas gerações" goesas, dar-lhes os apoios e incentivos necessários para assumirem um lugar privilegiado neste mundo pós-colonial em que Goa tem (ou teve?), sem dúvida, um grande potencial?

    Em relação à transformação, concordo plenamente, ela está em pleno curso. Dedico-lhe aliás os últimos parágrafos da crónica e aproveito para os transcrever aqui:

    ..."Mas olhemos para o presente e sejamos um pouco optimistas também. Há sinais recentes que são encorajadores. Um número inédito de turistas portugueses (dez mil, dez vezes mais do que nos anos noventa) banha-se nas praias de Goa e passeia-se pelo património mundial de Velha Goa, rodam-se telenovelas da TVI nos palacetes indo-portugueses, e há toda uma geração de jovens artistas e investigadores que se confrontam, de forma descomplexada, com uma sociedade goesa que naturalmente vive de emoções fortes, no interstício euro-asiático de duas civilizações e mundivivências diferentes.

    Também já há vinho, cerveja e artesanato português nas lojas de Panjim e outros investimentos em vias de concretização. Graças a uma estratégia visionária, o Comité Olímpico Português demonstra que, no terreno, o desporto (o futebol, claro) é, por vezes, o melhor instrumento diplomático: Goa candidatou-se à organização dos Jogos da Lusofonia, em 2013.

    Finalmente, no nível bilateral luso-indiano, 2007 ficou marcado como um momento de ruptura com o passado, com as visitas de sucesso do Presidente (Nova Deli, Goa, Bombaim e Bangalore) e do Primeiro-ministro (Nova Deli, no âmbito da Presidência UE), sempre com os olhos postos no futuro.

    Será por todos estes sinais, porventura sintomas, que o heterodoxo historiador de Podentes se deixou convencer e decidiu voltar para Goa, para olhar Portugal de novo."

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  5. Vou comprar, vou ler e depois digo-te qualquer coisa, Constantino...

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