quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Eu e Gandhi no RCP


Estive há pouco, em directo, no Rádio Clube Português (programa Janela Aberta) para, em conjunto com o Prof. Narana Coissoró, discutir o Mahatma Gandhi e o 60º aniversário do seu martírio, que se celebrou hoje.

3 comentários:

  1. Caríssimo Constantino

    Aqui vai um texto que eu pretendia que fosse um comentário ao que publicaste no A vida em Delhi. Mas, por duas vezes tentei - e não consegui fazê-lo, não sei porquê. Burrice minha, por certo. Se o quiseres publicar - avança.
    Um abração
    Henrique

    ...

    Tive a oportunidade de ouvir, no dia 31 do Janeiro acabado, o dono deste blogue, ou seja o Constantino Xavier e o Narana Coissoró, falando na Rádio sobre o Mahatma Gandhi. Igualmente me calhou a sorte: não fazia a mínima ideia disso, mas um Amigo telefonou-me a comunicar-mo, sabendo da minha perdição pelos Orientes, nomeadamente pela Índia.



    A ocasião justificava perfeitamente a interessante conversa, pois exactamente nesse dia passava o sexagésimo aniversário do assassinato, privando-o, desse modo criminoso de assistir à independência do seu País, pela qual ele utilizara todas as suas forças para a alcançar. Uma morte violenta perpetrada por fanáticos que deixou os Indianos em estado de choque.



    Das considerações feitas sobre o tema apenas digo que, de uma forma geral, gostei. E não seria de esperar outra coisa, face aos dois intervenientes no programa Janela Aberta do Rádio Clube Português. Já o título do registo neste blogue me deixa algumas dúvidas. Pode ser que o não tenha entendido, mas «Eu e Gandhi» no RCP cheira-me a pretensioso. Se não tenho razão, dou a mão à palmatória. Mas, no RCP, no mínimo, onde estava o prof. Coissoró? Constantino, já me conheces; não me contenho. Perdoar-me-ás, mas é o que penso.



    Gostaria de ter ouvido abordar a metodologia usada por Mohandas Karamchand Gandhi no seu longo combate contra a Grã Bretanha que ocupava o subcontinente colonizado. Aliás, como é sabido, através de uma dádiva dos Portugueses, ao ofereceram Bombaim, hoje Mumbai, como dote da Infanta D. Beatriz aquando do seu casamento com Carlos II de Inglaterra.



    Porque penso (ainda que os Indianos não gostem do que escrevo, possivelmente com carradas de razão a assistirem-nos) que a actuação do advogado, que utilizou com mestria, o sistema do «se não me dás, entro em greve de fome», pode ser entendida como uma certa forma de…chantagem política. Que empurrou o Governo de Sua Majestade contra a parede e daria como resultado não uma, mas duas independências – a da Índia e a do Paquistão.



    Um dia, visitava a Cidade da Alegria em Calcutá, acompanhado do meu bom Amigo Dominique Lapierre, autor do livro com o mesmo nome, e a dado momento, já não sei bem porquê, disse-lhe desta minha opinião. O francês, que também escreveu juntamente com o americano Larry Collins, «Esta noite a Liberdade» que aborda a Independência referida, olhou-me ironicamente: «Chantage? Tu est fou mon Ami Portugais. Tiens, attencion. Les assassins de Gandhi sont morts. Mais il y a toujours des fous». Se calhar é isso. Estou cada vez mais louco.

    Henrique Ferreira

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  2. Caro amigo Henrique,

    talvez tenha razão, transparece a ideia de que "Eu e Gandhi na RCP" reflecte (bastante) egocentrismo da minha parte. Mas, naquele momento, foi a única ideia que eu tive para um título desse post. Talvez porque dirigido aos meus amigos mais próximos, que sabem da minha relação complicada, para bem e para mal, com o Mahatma.

    Sobre a minha intervenção: não é fácil falar sobre Gandhi em menos e cinco minutos. Escolhi concentrar-me em abordar os aspectos menos conhecidos de Gandhi e dar a conhecer também as perspectivas (díspares) que os próprios indianos têm dele.

    Chantagem? Sim, mas não será a chantagem em forma de greve de fome preferível a pegar em armas ou discursos incitando à violência?

    abraços de deli

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  3. Imaginem agora se Samora Machel ou Agostinho Neto ou ainda Amilcal Cabral tomassem a mesma atitude contra o Salazar ?
    Não, contra os ocupantes que entraram pela foça das armas utiliza-se a mesma moeda.
    Nehru , felizmente, pensava de maneira diferente e no caso de Goa acertou na mouche.
    Pancada neles, os hipocritas.
    Hansraj from Goa.

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