terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Bali, ilusão e fatalismo (Atlântico)
















Excerto da minha coluna Passagem para a Índia, no número de Janeiro da revista Atlântico, ainda nas bancas:

Passagem para a Índia
Constantino Xavier em Nova Deli

BALI, ILUSÃO E FATALISMO

Ao contrário do que se tende a pensar no Ocidente, a protecção do ambiente e a responsabilidade ecológica transnacional nunca mereceram um lugar de destaque no pensamento político indiano. Os contributos de Gandhi nunca passaram de filosofias anti-modernas, inspirados por uma visão bucólica do mundo e Nehru gostava de defender grandes causas morais como o desarmamento mundial, mas a nível interno o ecossistema indiano foi sempre a vítima número um do seu modelo de desenvolvimento económico.

O boom económico dos anos noventa só veio agravar o processo – numa economia que cresce a 9% e que, todos os anos, retira milhões da pobreza extrema, quase ninguém tem paciência para apelos à contenção. Era assim pura ilusão pensar que a Índia iria assumir um papel de destaque em Bali ...

...entre o processo de desilusão necessário e o fatalismo de um cataclismo provocado por um suposto autismo ecológico asiático e uma impotência persuasiva europeia, apresentam-se várias oportunidades que, a serem perseguidas com tacto, poderão render importantes resultados em Copenhaga, em 2009 ...

1 comentário:

  1. Porque será que o Ocidente só se lembrou de proteger o Planeta da Poluição depois da sua estagnação económica que coincidiu com a ascencão da China e Índia?
    Guess why ?
    Victoria Mello. New Delhi

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