quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Bhajji not racist
Três palavras que hoje bombardeiam as capas dos diários e, ainda ontem, abriram eufóricas os serviços noticiosos na televisão. Bhajji not racist. A saga "racista" da selecção nacional de críquete indiana e o jogo com a Austrália, há uns quinze dias, termina assim como era previsível.
Tudo rodou à volta de uma acusação de racismo que Symonds, um jogador australiano de origem aborígene (foto em cima), dirigiu ao jogador indiano Harbhajan. Symonds já anteriormente tinha sido vítima de racismo indiano, especialmente por parte do público cá da terra, que gosta de urrar e pular, tal e qual símios, sempre que é ele o batsman ou bowler (comportamento familiar no mundo do futebol europeu). Desta vez, segundo a acusação australiana, Harbhajan chamou Symonds de "big monkey" ou algo parecido, durante o jogo.
O mais interessante nesta história toda é a forma como a Índia inteira reagiu à acusação. Nós, indianos, racistas? Impossible, simply ridiculous. Condenação generalizada. Os australianos não sabem perder, pensa-se e diz-se também (acabaram por perder o jogo, os indianos quebrando assim uma sua série vitoriosa inédita). A federação indiana de críquete, a poderosa BCCI, ajudou a colocar achas na fogueira: se Harbhajan fôr condenado, a equipa abandona imediatamente o torneio, como medida de retaliação, avisou.
Ontem, dia de decisão oficial da ICC, a congénere da FIFA, aconteceu portanto o óbvio: Harbhajan foi condenado por uma violação de gravidade 2 (abuso geral menor), e não 3 (ofensa racista grave), atraindo assim uma pena mínima. O país recebeu a notícia com imenso alívio: Bhajji not racist. Logo, we not racist.
Pior, o Times of India de hoje leva o fervor nacionalista, racista e xenófobo indiano até aos limites, confirmando todas as suspeitas com que analisei este episódio nestas últimas semanas. Anuncia, como título de abertura, em letras garrafais: "Monkey off Bhajji's back".
Eu e Gandhi no RCP
Estive há pouco, em directo, no Rádio Clube Português (programa Janela Aberta) para, em conjunto com o Prof. Narana Coissoró, discutir o Mahatma Gandhi e o 60º aniversário do seu martírio, que se celebrou hoje.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Papéis de Deli: Postal eleitoral
As eleições para a JNU Students Union são um dos acontecimentos políticos mais importantes do ano, em Nova Deli e mesmo a nível nacional. Mas é uma política diferente da do resto do país. Por exemplo, existe um consenso de que nenhum material eleitoral deve ser impresso, de modo a evitar a massificação e a comercialização da campanha eleitoral. Tudo é, portanto, escrito ou pintado à mão.
Há um número substancial de estudantes que vivem fora das residências (conhecidos como day scholars), espalhados pela cidade (o meu caso). Impedidos de enviarem cartas impressas, os apoiantes desta lista candidata (SFI-AISF) decidiram escrever o seu programa eleitoral à mão em centenas de postais, que depois enviaram pelo correio:
Há um número substancial de estudantes que vivem fora das residências (conhecidos como day scholars), espalhados pela cidade (o meu caso). Impedidos de enviarem cartas impressas, os apoiantes desta lista candidata (SFI-AISF) decidiram escrever o seu programa eleitoral à mão em centenas de postais, que depois enviaram pelo correio:
Desestabilizadores
India is the second largest producer of fruits and vegetables in the world and the country accounts for 10% of the world’s fruit production but approximately 43% of the production is wasted because of lack of cold storage facilities and energy infrastructure.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Citações de Deli: Wendell Rodricks (identidade, gastronomia)
Em entrevista recente ao Gomantak Times:
"It pains me, but one of the places where we have lost our identity is the beaches of Goa... If you go to a shack and have to go through Italian, French, Thai, Chinese cuisine... before you come to a fish curry rice, and that too the person preparing it comes from Kerala, the waiter ends up being from Karnataka. It's not Goa anymore. That is scary. The government when handing out shack licences should insist that 65 per cent of the menu should be Goa."
Indelible India
Para abrir o apetite à minha Passagem para a Índia deste mês, intitulada Swagatam?, na revista Atlântico, que já deve estar nas bancas. No Hindustan Times de ontem (p. 12), Eliza Hilton:
... Sexual harassment? Well, when I was asked the question it took me right back to certain memories at this home of mine - a man masturbating while looking at me, through the night, in a cramped train compartment all the way from Siliguri to Kolkata; a man pressing his erection against my back in a crowded train in Mumbai; the offer of starring in a porn film in Kolkata; bruises welting my thighs fom grasping, pinching hands in a Delhi Ramlila gathering. ...
... Sexual harassment? Well, when I was asked the question it took me right back to certain memories at this home of mine - a man masturbating while looking at me, through the night, in a cramped train compartment all the way from Siliguri to Kolkata; a man pressing his erection against my back in a crowded train in Mumbai; the offer of starring in a porn film in Kolkata; bruises welting my thighs fom grasping, pinching hands in a Delhi Ramlila gathering. ...
domingo, 27 de janeiro de 2008
Domingos matrimoniais: HIV positive
No Sunday Times, Matrimonials de hoje:
WANTED
HIV (+) Girl for HIV (+) Boy of Good Family
Unmarried
33/178 cm, Phy. Healthy & Fit.
Having own Established Business.
Viral Load Undetectable.
Email: ...
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Unmarried
33/178 cm, Phy. Healthy & Fit.
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Viral Load Undetectable.
Email: ...
sábado, 26 de janeiro de 2008
Uma casa goesa inspiradora
No seu blogue, a espanhola Véro relata como passou um mês inteiro na nossa casa em Goa. Aproveitou e conseguiu terminar um livro que há muito planeava terminar. Confirma-se assim que a localização serve de inspiração, bem como o dom paternal para escolher casas em contextos soberbos: já em 1981 foi assim, no Rogel.
La casa es una pasada. Ayer me pase el dia entero (quiere decir desde las 11h hasta las 22h, solo con pausa para comer y cenar) dibujando en la terraza con vista al lago. Se respira una paz y una calma... Es genial! Ahora tengo que conseguir imprimir lo que llevo escrito de novela para poder continuar en este ambiente tan favorable.
Un lugar increible, fascinante! El lago te transporta en otro universo, al mundo de los pajaros, las mariposas, los monos y los esquiroles... Con tanta naturaleza alrededor, uno no puede permanecer indiferente. Un entorno inspirador y unas gentes encantadoras!Gracias por darme esta oportunidad!
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Aldrabando: No tickets available, package only
Inúmeras variantes por todo o país, mas sempre a mesma lógica: os agentes de viagem arranjam-nos os melhores pacotes ("all included only") para mil e uma cidades, mas quando exprimimos o nosso desejo de optar só pela reserva de transporte (comboio, avião, autocarro) deixa subitamente de existir um único lugar livre em qualquer um dos trajectos, por causa deste feriado ou daquele terramoto. No caso de as turistas serem do sexo feminino, saca-se de um recorte de jornal com a notícia de uma estrangeira violada algures e alerta-se para "very very dangerous situation for you". Esta vai dedicada à Clara e à Mónika, em viagem por aí.
Aldrabando: Official tourist bureau
Em qualquer zona de maior movimento turístico, mas especialmente nas estações de comboio, é sempre a mesma história. Vai um turista à procura dos (aliás extremamente eficientes e muito recomendáveis) International Tourist Bureau, os balcões de assistência oficial da Indian Railways, e o ingénuo estrangeiro segue as recomendações de alguns pilantras: "it's just there, you see? I will show you" - acompanham-nos e vai-se parar a uma agência que de nome tem tudo de oficial (nomes pomposos, como "Official Tourist Assistance"), mas em que a corporate ideology da casa é "sacar o máximo aos turistas e o mais rapidamente possível, antes que algum estúpido lhes diga onde é o balcão de assistência verdadeiro".
Filmes de Deli: Taare Zameen Par
É um dos melhores filmes indianos que já vi. Aamir Khan já não precisa de me convencer. Faz parte de uma geração de actores e directores indianos mainstream que começam a inovar, a procurar escapar à gigantesca silly industry em que Bollywood se transformou na última década, correspondendo ao boom económico e à febre consumista.
O que é interessante, talvez menos em Lagaan, mas mais em Rang de Basanti, e particularmente neste Taare Zameen Par (TZP), é a emergência de um classe de filmes intermédios, entre o Bollywood palhaçada e o cinema-indiano-para-ocidental-ver, de Mehta e Nair. De vez em quando até gosto de ver três horas e meia de carnaval mumbaikar na tela e ignorar os cortes mal feitos, o pé de uma assistente ou um relógio digital no pulso de um herói medieval. E de vez em quando também gosto de ver Mehta e Nair, porque é, de facto, cinema de excelência, embora para mim não seja cinema indiano per se e eu desconfie, à partida, da obsessão diaspórica em construir pontes interculturais e digerir a diferença autóctone para o Outro não a ter que mastigar.
Portanto, para além dos clássicos bengalis, a preto e branco, não restava muito. Mas Aamir Khan traz algo de novo. TZP é um filme pensado e executado com cuidado, uma raridade. Pega numa narrativa marginal, um menino disléxico que enfrenta a ignorância e a discriminação de tudo e de todos. Junta-lhe uma fotografia original (aqueles bonecos fantásticos a gravitarem à volta da cabeça do miúdo na parte inicial) e uma música excepcional (a profundidade original dos xilofones).
A crítica recebeu o filme com uma ladaínha de elogios. Interpretou a celebração da infância. Sublinhou o apelo ao respeito e à defesa da diferença, focando aqueles longos planos com as crianças deficientes mentais em júblio, num palco escolar. Saudou a função pedagógica dos pais e a importância da unidade familiar, representada naquele momento de despedida, em que o jeep arranca da escola nos Himalaias e o nosso pequeno herói fica para trás e chora convulsivamente, separado de quem mais ama. Será por estas razões que o Governo decidiu isentar o filme dos impostos e das taxas habituais, incentivando assim o público a visioná-lo.
Mas esquecem-se todos do que será talvez o propósito principal que guiou este projecto de Khan. Uma crítica monumental ao sistema de educação e ao estilo de vida que estamos a adoptar, tanto na Índia como no desenvolvido Ocidente (ou talvez mesmo mesmo mais aqui). A pressão extrema, a competitividade cega e a proibição de falhar, não só logo na pré-primária (exames aos três anos de idade), mas também no adulto mundo profissional. A dislexia, a crise familiar e a pressão social - tudo se dissolve com a ajuda de um professor (Khan) que encontra a resposta na pintura e encoraja o menino a superar as suas deficiências, e assim ser re-assimilado pela sociedade. É por isso que as cenas e a letra de Jame Raho (vídeo abaixo) são, pelo menos para mim, um dos momentos mais simbólicos e mais bem conseguidos de TZP.
O facto de tudo acabar em bem, mesmo com muitas lágrimas nos olhos, é no entanto inquietante. Suspeito que contribui para que a mensagem crítica não passe com a eficiência desejável, pelo menos para o grande público. Tudo se resolve e o pequeno Ishaan torna-se normal, e até sobredotado em termos artísticos. Para o imaginário indiano contemporâneo é a prova de que o sucesso é alcançável, até para os mais desfavorecidos e discriminados, porque haverá sempre um Aamir Khan por perto para os ajudar - eu é que não porque tenho que entrar no IIT ou no IIM.
Ou talvez me engane e subestime a capacidade interpretativa dos que sorriram e choraram ao meu lado, enquanto falavam ao telemóvel, comiam pipocas e coçavam os seus escrotos. Talvez TZP contribua mesmo para que haja mais e mais Aamir Khans a apoiarem muitos mais Nishaants.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Cartas de cá
Uma lufada de ar fresco: já somos dois cronistas da Índia. Paulo Varela Gomes, o novo delegado da Fundação Oriente em Goa, escreve agora uma crónica semanal no Público, creio que às quartas-feiras. Soberba a de ontem, sobre os católicos de Goa. Como sempre, percorrendo estrategicamente a cumeada entre as várias dicotomias que castram o debate público em Portugal, em particular a nossa aproximação a Goa e ao restante ex-Império.
Novas vidas indianas
Destaque especial para as novas vidas lusófonas pela Índia, em número crescente. Quatro estagiários do programa InovContacto do AICEP (Ricardo e Kwame em Deli, Zé Miguel e Jaime em Bangalore), com que já estabeleci contacto. Mais o Nuno Delicado a trabalhar em Gurgaon, para além do Rui que por lá resiste, depois da saída do Miguel para o Chile. Há ainda a Joana Cordeiro a trabalhar para uma ONG aqui perto, no Sul de Deli, e a Cláudia Ferreira num estágio da AISEC em Jaipur. Mais para Sul ainda, o Nuno Lino e o João Tiago no Fergusson College, em Pune. Alguns com presença cibernética, tal como poderão ver aqui ao lado, em Vidas Indianas. A blogosfera luso-indiana em expansão!
Novas vidas amigas
Novas vidas amigas nesta vida em Deli. Estava já atrasada a actualização da lista de ligações. Destaca-se o Zé Miguel, agora já não walking through Venice, mas de regresso a Telheiras e ao comentário que sabe fazer melhor do que muitos (eu incluído): música.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Citações de Deli: P. Chidambaram
Ministro das Finanças, P. Chidambaram, ontem, comentando a queda da Sensex: Worries of [the] Western world should not be allowed to overwhelm us...our economy is very different from some economies of developed countries.
No seguimento de um crash de bolsa, gosto sempre de observar as respostas deste ministro, ou de outros responsáveis governamentais, procurando acalmar os ânimos e apelando à confiança. Nesses momentos, vale mesmo tudo. São, por isso mesmo, apelos que reflectem sentimentos e tendências profundas, como neste caso, em que Chidambaram compara qualitativamente as economias, mas no fundo contribui para sublinhar uma diferença (que se quer) primordial entre a Índia e o Ocidente. Curiosamente, esta é uma diferença orientalista, mas inversa à tradicional. É agora o indiano o suposto empresário racional e frio, o homo economicus que deve fazer todos os possíveis para resistir aos voláteis impulsos emocionais dos seus congéneres ocidentais. Há quem lhe chame de Ocidentalismo.
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Bali, ilusão e fatalismo (Atlântico)
Excerto da minha coluna Passagem para a Índia, no número de Janeiro da revista Atlântico, ainda nas bancas:
Passagem para a Índia
Constantino Xavier em Nova Deli
BALI, ILUSÃO E FATALISMO
Ao contrário do que se tende a pensar no Ocidente, a protecção do ambiente e a responsabilidade ecológica transnacional nunca mereceram um lugar de destaque no pensamento político indiano. Os contributos de Gandhi nunca passaram de filosofias anti-modernas, inspirados por uma visão bucólica do mundo e Nehru gostava de defender grandes causas morais como o desarmamento mundial, mas a nível interno o ecossistema indiano foi sempre a vítima número um do seu modelo de desenvolvimento económico.
O boom económico dos anos noventa só veio agravar o processo – numa economia que cresce a 9% e que, todos os anos, retira milhões da pobreza extrema, quase ninguém tem paciência para apelos à contenção. Era assim pura ilusão pensar que a Índia iria assumir um papel de destaque em Bali ...
...entre o processo de desilusão necessário e o fatalismo de um cataclismo provocado por um suposto autismo ecológico asiático e uma impotência persuasiva europeia, apresentam-se várias oportunidades que, a serem perseguidas com tacto, poderão render importantes resultados em Copenhaga, em 2009 ...
Leituras de Deli: Um certo olhar
Por acaso, encontro virtualmente "Um certo olhar - Impressões Digitais de Uma Viagem ao Nepal e Tibete", o livro em que o Luís Guimarães relata as suas aventuras no eixo Deli-Catmandu-Lasa-Pequim, do ano passado. Inclui uma breve passagem por esta cidade, e por minha casa, a que já tinha feito referência aqui. Não pude ainda ler, mas conhecendo a escrita do Luís daqui, promete.
Sinopse:
Um certo olhar é um relato genuíno de uma aventura a solo por uma das regiões mais fascinantes e místicas do Planeta. Por vezes divertido e cómico, outras profundo e introspectivo, retrata com uma sensibilidade comovente um universo de especiarias e riquexós, montanhas nevadas e monges perdidos, vielas poluídas e templos de incenso. Um passaporte capaz de despertar a qualquer um a vontade de pegar na mochila e partir sem data de regresso à descoberta do Mundo.
Sinopse:
Um certo olhar é um relato genuíno de uma aventura a solo por uma das regiões mais fascinantes e místicas do Planeta. Por vezes divertido e cómico, outras profundo e introspectivo, retrata com uma sensibilidade comovente um universo de especiarias e riquexós, montanhas nevadas e monges perdidos, vielas poluídas e templos de incenso. Um passaporte capaz de despertar a qualquer um a vontade de pegar na mochila e partir sem data de regresso à descoberta do Mundo.
Acordar hoje
O Inverno resiste - acordo e estão pouco mais do que seis graus. Os jornais histéricos com a Bolsa e a Bruni. Na rua, duas semanas depois de as abrirem, fecham as valas com betão. Na rua, algumas novas cabeças louras. Começaram a chegar os estudantes de mestrado europeus, em intercâmbio para o Winter Semester.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Hoje não durmo VII
06:42 Passa o homem dos jornais, de bicicleta - ouvem-se os diários a baterem nas portas e a caírem nos terraços.
Hoje não durmo IV
05:32: Alguém sai do prédio vizinho, entra para o seu carro e arranca com a música em volume alto.
Hoje não durmo III
04:47: O vizinho de cima acorda e vai testando se já há água: de dez em dez minutos, liga e desliga a bomba.
Hoje não durmo I
Com o seu cajado, o guarda nocturno obriga-me a parar a mota e pergunta-me onde moro. Depois, lembra-me que eu deveria usar o capacete, sorri e volta para a fogueira.
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
2008 - Year 5
A vida em Deli, 2004-2008.
Dos testemunhos íntimos de 2004 - em que resistia à imagem e me agarrava ao texto, e aos amigos - à massificação e fulanização de 2007: em média, mais de um post por dia, cores, fotos, vídeos, notícias, relógio e contador.
Algo me diz que esta vida terminará algures em 2008.
Ou talvez nunca.
2008
Foguetes, macacos a caírem das árvores, barulho - muito barulho e cheiro a uísque e sangue. Happy New Year!
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