Duas siglas misteriosas, mas que marcam todo e qualquer discurso social e político na Índia. São as
Scheduled Castes e
Scheduled Tribes, duas categorias que representam os dálitas e outras castas (ou sem-casta) e a população tribal indiana. Ser SC ou ST é complicado na Índia. Mas o mágico certificado que declara a pertença à categoria respectiva também é considerado precisoso, porque abre as portas a um mundo de subsídios, apoios, bem como quotas nos sistemas de educação, político e económico.
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O fenómeno agudiza-se, os mais recentes motins entre os Gujjars e os Mina, no Rajastão, sendo prova disso. Gostei de ouvir, nesse contexto, o Professor
Yogendra Yadav, um dos mais aptos cientistas políticos e analistas eleitorais (a que eles aqui gostam de chamar
sycophants), que falou do início do processo de mandalização do Rajastão (
mandalização refere-se às recomendações da Comissão Mandal de instituição de um sistema de quotas para as castas desfavorecidas, nos anos 90). Se o Utar Pradexe se encontra, depois da vitória de Mayawati, numa era pós-mandalização, parece que o Rajastão (e segue-se o Guzarate?) só agora inicia a batalha das castas.
Num país com milhares de castas e sub-castas, não é fácil apreender a complexidade do sistema de quotas imposto pelo Governo. Até para mim, que por aqui ando há três anos a estudar e a tentar compreender esta temática, tudo assume, ainda, contornos misteriosos. Quem quiser, encontra uma ajuda observando as listas oficiais de
SC e
ST (Census India).
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