segunda-feira, 9 de maio de 2005

Calor terminal

Aproxima-se o fim do meu primeiro ano em Nova Deli. Hoje à noite há uma festa cá em casa, porque é o último dia em que o JB (o francês Jean-Baptiste) se encontra no lar, antes de partir amanhã de manhã em viagem pela Índia e daqui a um mês de volta para França. Vai haver uma trintena de convidados, um barbecue de bifes de vaca sagrados (para nós), música da viola de um ou outro e conversa. Os exames acabam oficialmente hoje. Eu acabei os meus na semana passada. Termina assim um ciclo, porque há muitos estrangeiros que só ficam cá um ano. O meu amigo Chacate e eu perdemos assim também um flatmate e a sua namorada (presença regular). A família que se fazia, desfaz-se. Far-se-á outra, provavelmente.

O verão deliense está a ser complacente. Qualquer europeu que agora cá chegue quase que morre no primeiro dia, mas para nós já é habitual. Embora estejamos no apartamento no topo do prédio em que o sol bate todo o dia. Mas também houve chuva refrescante de vez em quando e só às vezes, e a partir de agora durante um mês, a temperatura passa dos 40 graus.

Quarta-feira escapo-me para Dharamsala, a capital do governo tibetano (ou o que resta dele) no exílio, sede oficial do (querido) Dalai Lama. Aquilo fica a umas centenas de quilómetros a norte de Deli, na altitude refrescante dos Himalaias. Depois volto a Deli e dia 19 estarei pelo meio-dia no aeroporto da Portela de Sacavém. Um mês em Portugal.

E fica a nota de uma reportagem minha de cinco páginas publicada na revista Única do Expresso, este Sábado. É sobre a cidade de Bhopal, onde há cerca de 20 anos de deu um dos maiores desastres industriais de sempre. Chama-se "Vítimas desamparadas" e espero que gostem da minha estreia no mundo das reportagens.

2 comentários:

  1. Foi um ano em cheio, não achas? Adorei acompanhar este blogue, e tenho pena que nas últimas semanas tenhas reduzido um pouco o ritmo de escrita. De qualquer modo, julgo que os outros leitores concordarão comigo quando digo que nos aproximaste um pouco mais do Oriente. Por isso, já mereces um obrigado. Mas deixemo-nos de lamechices e vê se vens depressa para Portugal porque quero partir-te uma canela a jogar futebol.
    j.

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  2. curti bué o texto sobre Bhopal, confesso que, apesar de sempre te ter chamado saloio, senti-me algo saloio por ter ficado orgulhoso do meu amigo do Rogel, que vive em Deli e dá umas voltinhas na Tailândia! :)

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