É dos últimos autocarros do dia. Mas nem é o último. Muita gente, centenas. Afinal, é Dezembro em Goa. Madgao, Madgao, Madgao, berra ele. O autocarro ferrugento aproxima-se. As massas aproximam-se, às dezenas. O veículo ainda se movimenta, mas alguém já abriu a porta e escala em busca de um lugar sentado. Um cacho de pessoas, empurrões, cotoveladas, pelo meio vejo crianças, uma grávida, um bebé de colo. Em busca de um lugar sentado. Gritos histéricos. Ganham os mais fortes. É a lei da selva. O bébé cai dos braços da mãe. Continua. Um cacho de pessoas, empurrões, cotoveladas, pelo meio vejo crianças, uma grávida, um bebé de colo. Em busca de um lugar sentado. Hoje, todos os dias são assim. Mas naqueles dias acho que não era assim. É o que dizem, à minha volta.
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