quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

Dois monstros

Ele de costas para mim. Ela de lado. Os dois, dois monstros brancos. Sentados à mesa. Um sorriso imperialista, mas cheira a mofo. À volta os castanhos serventes. Recomendando. Oferecendo. Pedinchando. Um garfo espetado na carne vermelha. Uma palmadinha branca nas costas morenas reluzentes e salgadas. Condescendência. De alguém com as costas submissamente em sangue, abertas, torradas pelo sol do Trópico de Câncer. Para inglês ver. Uma gorjeta saborosa e humilhante. Na minha Goa.

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