quarta-feira, 14 de maio de 2008

Dos paus e das cenouras

Chellaney hoje no The Hindu:

Distance from Burma has been a crucial factor in determining major players’ approach toward that country. The greater a state’s geographical distance from Burma, the more gung-ho it tends to be.
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The West, with little financial stake left in a country marginal to its foreign-policy interests, can afford to pursue an approach emphasising high-minded principles over strategic considerations, and isolation over engagement. About 95 per cent of Burma’s trade last year was with other Asian countries.
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Both carrots and sticks need to be wielded, but not in a way that the sticks get blunted through overuse and the carrots remain distant.



Sobre o Ocidente, a Índia, os paus e as cenouras, a minha crónica na revista Atlântico de Dezembro passado assume agora maior acutilância :

Cenouras para a Birmânia

(...) Mas o consenso indiano é forte: a Birmânia tem que regressar à esfera de influência de Nova Deli, setenta anos depois de se ter separado da Índia Britânica. O desacordo reside, no entanto, na melhor forma de realizar esta ambição.

Os chamados falcons têm assumido uma linha extremamente pragmática, dominante nos últimos anos e assente na cooperação militar. Por outro lado, há um embrionário lóbi que defende a cooperação e integração regional transfronteiriça, não só entre os sete estados do Nordeste indiano e as quatro províncias do Norte da Birmânia (Rakhine, Chin, Sagaing e Kachin), mas também com as províncias fronteiras chinesas do Tibete e do Yunnan e com o Bangladexe.

Estes regionalistas, de inspiração funcionalista e liberal, e da confiança de Manmohan Singh, já têm testado as suas teorias na prática. Estão, por exemplo, por trás das iniciativas da Baía de Bengala (BIMSTEC), de Kunming e do Mekong-Ganga, todas vocacionadas para expandir o soft power económico indiano para a Ásia do Sudeste e para amarrar a China institucionalmente em fóruns multilaterais. Pelo meio, querem também reabrir a histórica Stilwell Road (Índia-Birmânia-China) construída, em 1942, por 15 mil americanos, para placar o avanço japonês.

Não há dúvida que esta segunda vertente da diplomacia indiana para a Birmânia também tem compactuado pontualmente com os generais de Naypyidaw. Mas não deixa de ser uma alternativa credível e construtiva, contrastando com os limitados interesses de segurança chineses (...)

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