quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Natal em Deli

Mais um Natal em Deli, o segundo.

A habitual arrumação geral, juntando roupa velha e tralha diversa acumulada ao longo de um ano. Começo a travar e já estão uns dez miúdos à nossa volta, agarrando os sacos, batendo-nos na mão. Duas meninas, uma de bebé ao colo, envolvem-se numa luta. Arranco e páro um pouco mais à frente, para observar. Um dos miúdos retira uma luva e sorri, mas já se aproxima um maior. Arranco.

Decoração natalícia. Estrela iluminada, no meio da escadaria (mais giro), ou por cima da porta de entrada (menos ofensivo)? Os tempos são nacionalistas, optamos pela moderação e rejeitamos algo potencialmente provocador para os vizinhos. No interior, árvore de natal. Artificial, é claro. E sem presépio.

Tradição, religiosa? Missa na Sacred Heart Cathedral, ali logo ao lado da Gurudwara Bangla Sahib. Desta vez matinal, mesmo assim outra vez na tenda pouco atmosférica. Muitos brancos, visivelmente horrorizados: as sagradas vozes do coro são acompanhado por batidas e sons psicadélicos trance e pop do synthesizer, enquanto que as pessoas entram e saem e atendem o telemóvel, em clima de feira. Pseudo-beijinho no muito cuspido joelho do menino Jesus.

Almoço na sala: dois portugueses, uma indiana do Dubai, uma tailandesa, um caxemire , uma americana , um goês, um nigeriano e um japonês. Bacalhau, seguido de thai green curry. Depois, troca de presentes (no valor máximo de 2 Euros), acompanhada de bolos, doces e de um delicioso Vinho do Porto.

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