terça-feira, 24 de maio de 2005

Voltar a Lisboa

Dez meses em Nova Deli. Tanto e tão pouco. Aventura e nada de mais. Casa e estrangeiro. Aqui e ali. Índia e mundo.

Puxar a mala de debaixo da cama. Poeira. Quarenta e quatro graus. Viajar ou voltar? Calor ou frio, ali ou aqui? Pobreza, de carteira ou de espírito?

O táxi não pode parar. Os acompanhantes não podem entrar. O terrorismo tem que ficar à porta. Eu entro. Adeus. Já volto. Mas não é bem assim.

A Índia híbrida aeroportuária. Os funcionários indianos da KLM, da Lufthansa, da Air France, da Northwest Airlines. Bebem decadência, a toda a hora.

A longa espera para o embarque de madrugada. A Sprite custa cinco vezes mais. O adeus sufocado ao telefone. Percebo. Talvez? Espero que sim.

747. A dormida, a comida, a chegada. Amesterdão.

05:45. Abrem-se as lojas. As linhas rectas, os Euros (muitos), o frio e a limpeza. Europa.

A espera, mais uma vez, sozinho, num longo corredor. Acordo: portugueses chegam. Ela censura-o por bater com as mãos ruidosamente na mesa, avisando que o polícia ainda vem ter com eles. Ele responde que se ele vier lhe pega na espingarda e lhe enfia um tiro pelo buraco acima. Não queria, mas sorrio feliz.

Lisboa. Sorrio. Feliz. E eu não queria. Não queria mesmo.

1 comentário:

  1. Mas sê bem-vindo Tino;)!! Voltas depois para a India? Para mim seria e será a viagem de sonho!!!
    India/ Tibete/ Tailândia por aí fora...
    Bom regresso!
    Bjs*****

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