O sul da Índia é obviamente mais simpático que o Norte. Notei isso logo à chegada, quando me acolheu um aeroporto vazio, espaçoso e hospitaleiro. Uns miúdos da rua não estavam a ver se me roubavam umas rupias mas riam-se ingenuamente do gordo português que me acompanhava. O nosso guia pegou nas malas, arrumou-as na bagageira e depois de nos fazer umas perguntas bem-educadas adormeceu no banco da frente. O motorista não abriu a boca, mas levou-nos em segurança até ao hotel.
As pessoas são boas aqui. Ajudam muito. Sorriem sempre. E fazem muitas perguntas – mas não por maldade, simplesemente por curiosidade. E o que custa satisfazer essa genúina necessidade, essa preocupação em saber mais de nós, em nos ajudar.
Tinha que encontrar um cibercafé na cidade de onde pudesse enviar um artigo para o Expresso. O taxista que me veio buscar recebeu as ordens do recepcionista e levou-me logo a bom-porto, sem parar antes num cibercafé mais próximo do que o indicado (mas que estava fechado) porque pouparia dinheiro de deslocação.
No cibercafé fizeram todos os esforços possíveis para ligarem o meu portátil directamente à Internet. Finalmente correu bem, com total dedicação e empenho de trés empregados. E embora me tivessem dito que fechavam às dez da noite, como eu tive problemas a enviar um e-mail, mantiveram a loja aberta só para mim até quase perto das onze horas.
E nem me vieram perguntar porquê. Mas dei-lhes sinal da minha dificuldade depois de vinte minutos e responderam com um sorriso e "no problem". Quando quis dar uma gorjeta de vinte rupias, ao pagar, recusaram educadamente e preferiram em vez disso trocar uns dedos de conversa (basicamente uma avalanche de perguntas) que prontamente cedi.
Aqui todos parecem sorrir mais, parecem mais familiares e são mais prestáveis. Talvez por ser uma cidade mais pequena do que Nova Deli, mas certamente também porque o Sul é mais simpático do que o Norte.
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